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Cinema: Crítica – Lobisomem

Na continuação das novas versões dos monstros da Universal, eis que chega Lobisomem, continuando um legado com mais de nove décadas.

Quando Leigh Whannell estreou O Homem Invisível nas salas do cinema, à beira do começo da pandemia que iria mudar as nossas vidas, a concordância entre o público e a crítica como um dos grandes filmes do ano, como também um dos filmes que inicialmente fariam parte do Dark Universe que a Universal criou, inspirado no universo cinematográfico da Marvel – eventualmente falhando por completo logo ao início com A Múmia. Felizmente, a abordagem de obras standalone parece ter beneficiado em muito, com Whannell a realizar Lobisomem, numa tentativa de dar continuidade à nova era de adaptações de monstros da Universal.

Após Blake (Christopher Abbott), receber uma notificação da morte do seu pai, ele, a sua mulher Charlotte (Julia Garner) e a filha Ginger (Matilda Firth), embarcam numa viagem até à casa dele na floresta; vendo os seus planos alterados quando são perseguidos por uma criatura animalesca. 

De imediato, somos contextualizados para a natureza obscura, com uma floresta repleta de mistério e uma figura que aparece e desaparece sem rasto, apenas para voltar e aterrorizar a família, enquanto que eles próprios lidam com um enorme problema entre eles.

É difícil captar o relâmpago duas vezes seguidas, e Whannell vê-se num enigma ao tentar recriar a urgência e intensidade d’O Homem Invisível, abordando de uma forma actual e alternativa, para o público moderno. Verdade também seja dita que a própria personagem é das mais desafiantes a abordar. Afinal, como é que se aborda algo com mais de 90 anos de história e dezenas de iterações e obras derivadas pela sua influência, enquanto oferece algo de novo? 

Tendo isto em conta, percebemos que existe um equilíbrio muito respeitoso em relação às ideias apresentadas, ainda que são, na sua maioria, enquadradas em coisas que já conhecemos e vimos múltiplas vezes; enquadradas numa história que poderia ser sobre outro monstro, e ter o mesmo efeito.

Embora que a nível técnico tudo seja bem conseguido, aliado a um baixo orçamento – 7 milhões de dólares – e um conjunto de efeitos práticos que muito merecem um aplauso e beneficiam a percepção do Lobisomem; o filme acaba por pecar com a sua conjugação junto à narrativa, que acaba por deixar definir-se com um filme acima da média, mas longe da expectativa criada. 

Assim, Lobisomem é mais um passo em frente com a Blumhouse e a Universal, que continuamente trabalham em trazer estas personagens icónicas, com novas versões para novos públicos. Pode não ser o mais memorável, mas está longe de ser um desastre.

Nota Final: 6/10






Ricardo Du Toit

Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.

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