Cinema: Crítica – Hotel Transylvania 2 (2015)
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Antes de começarmos com esta crítica, deixem-me dar-vos um pouco de backstory “essencial” para a lerem…[fbshare]
Não tinha visto o primeiro Hotel Transylvania quando recebi o convite para esta sequela. O original fora lançado em 2012 e nesse mesmo ano quem levou o prémio de “filme de animação a ver” foi ParaNorman, um excelente send-off ás obras de Lucio Fulci e Mario Bava. Para além de que metade do Planeta Terra (com mais uns habitantes de Marte) estava ainda a recuperar de um dos filmes mais aterrorizantes da Happy Madison – Jack & Jill.
O que não sabia é que para além de Adam Sandler, Hotel Transylvania tinha na equipa criativa um dos seus parceiros do costume – Robert Smigel.
Smigel é não só responsável por uma das personagens mais memoráveis de Late Night with Conan O’Brien (Triumph, the Insult Comic Dog), como esteve ainda envolvido em algumas das pérolas mais divertidas e irreverentes da comédia televisiva americana (The Dana Carvey Show e TV Funhouse). Juntem a isso créditos no Saturday Night Live e temos uma (quase) lenda de comédia viva.
E não estou aqui para bater no ceguinho (neste caso, o próprio Sandler). Airheads, Bulletproof e You Don’t Mess with the Zohan (co-escrito pelo próprio Smigel e Judd Apatow) são filmes dos quais eu genuinamente gosto. E, sim… Little Nicky e I Now Pronounce You Chuck & Larry são filmes dos quais eu particularmente não gosto.
Mas, pronto. Vamos lá começar com isto. A seguir a esta frase.
Depois dos eventos do primeiro filme, Dracula (Adam Sandler) aceita agora hóspedes humanos no seu Hotel Transylvania. Junto a ele está a sua filha Mavis (Selena Gomez), o seu genro Jonathan (Andy Samberg) e o neto, Dennis (Asher Blinkhoff).
Devido ao ambiente monstruoso do hotel (sim, eu escrevi isto), Mavis acha que o melhor lar para si e para a sua família encontra-se em Santa Barbara na Califórnia – casa de Jonathan.
Dracula, com a ajuda dos seus amigos, irá fazer tudo para que isto não aconteça…
Genndy Tartakovsky (Dexter’s Laboratory e Samurai Jack) assume mais uma vez o papel de realizador, mas como o próprio admitiu esta sequela é ainda mais um produto direto de Sandler e Smigel do que o primeiro filme.
Uma das surpresas mais agradáveis da primeira estadia foi o ritmo absolutamente frenético e maníaco do filme e a velocidade com que nos atirava gag após gag – com um grande número a atingir o alvo.
Esta sequela tira um pouco o pé do acelerador e deixa as personagens respirarem mais um pouco – talvez um passo essencial, mas que acaba por tirar parte da identidade ao filme. (embora com isto não queira dizer que não se encontrem gags super divertidos por aqui – muitos por cortesia de Blobby).
Para além desta personagem, temos ainda o monstro do Frankenstein (Kevin James), Wayne/Lobisomem (Steve Buscemi), Murray/Múmia (Keegan-Michael Key), Griffin/ Homem Invisível (David Spade) e Vlad, o pai de Dracula (Mel Brooks).
Os verdadeiros pontos negativos do filme? O constante product placement de produtos Sony e o seu uso na narrativa que dá ao filme uma vida de prateleira e um prazo de validade muito menor do que o desejável. As personagens de Bela (Rob Riggle) e Vlad que apenas nos são introduzidas para a grande batalha e um final que praticamente transforma o filme e os seus temas numa redundância monstruosa (não resisti outra vez). Ah…e a obrigatória cena de dança em torno de uma música pop (que foi dos únicos momentos do original em que torci o nariz).
E com isto tudo, o que é que quero dizer? É melhor que o original? Não. É pelo menos bom? Tem alguns excelentes gags entre alguns menos inspirados. Vale a pena? Talvez eu até perdoasse telemóveis Sony a serem-me enfiados pela goela abaixo, mas o final deixa mesmo o filme num estado de pneu furado. Será que deviam ver o primeiro filme? Sim, acho que é um bastante divertido exemplo de animação. Deviam desligar a TV se este estiver a dar? Não, deixem estar.
Mas mais importante que isso, passem TV Funhouse aos mais pequenos!
PS: Não passem TV Funhouse aos mais pequenos. É só para os pais.
Tiago Laranjo