Cinema: Crítica- Capitão Marvel
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Entramos no 11º ano de Marvel no Cinema com mais uma aventura intergalática! Vers (Brie Larson) é uma guerreira Kree com um poder imenso, é seu dever travar as invasões Skrull pelo universo fora, mas as suas memórias distantes e as suas emoções fortes podem vir a comprometer o seu esquadrão.
É quando Vers chega ao planeta C53 que ela começa a recordar-se da pessoa que em tempos foi.
Acompanhada pelos agentes Fury (Samuel L.Jackson), Coulson (Clark Gregg), e por Goose, um “Flerken” de acordo com os peritos, Vers vai desvendar os mistérios do seu passado e pôr termo à invasão Skrull na terra.
Com Capitão Marvel (Captain Marvel) as intenções da Marvel Studios são evidentes, revitalizar a franquia com uma nova “leading lady”, e controvérsias com jornalistas à parte, acredito que a Brie Larson foi uma excelente escolha.
A representação já foi alvo de algumas críticas pelo conteúdo dos trailers, algo de “monótono” e mal transmitido, no entanto, no filme não peca por isso. Aliás, percebemos no filme que a Capitão ainda tem um tanto para evoluir e aprender, no entanto, lado a lado com um astro como Jackson, algumas das falhas vêm mais ao de cima.
E por falar em Samuel L. Jackson, que ideia genial o facto de termos a oportunidade de conhecermos um Nick Fury bem mais novo e aprendermos um pouco sobre o passado dele.
As sequências para lá da Terra têm a qualidade semelhante aos dois “Guardiões da Galáxia” e a “Guerra do Infinito”, e como filme de época, temos também uma recriação divertida dos anos 1990.
A coreografia de combate e as set-pieces são interessantes. Sim, há momentos mais monótonos e cenas menos interessantes pelo meio do filme, mas o início é soberbo e, embora com algumas falhas, o final também não lhe fica muito atrás.
Por falar em monotonia, convém tocar na ferida, o ritmo do filme tem muito que se lhe diga. As pausas são peculiares e mal espaçadas, e quando temos partes interessantíssimas e autênticas torturas de 10 minutos voltamos a perceber que alguns personagens são mais interessantes que outros. Mas mais uma vez, Nick Fury leva a taça.
Os efeitos especiais também serão tema de debate, em concreto vem-me à cabeça uma sequência mais para o fim do filme em que a capitão escolhe a sua nova palete de cores. Não sei se é a atriz ou a direção, mas o produto final está abismal e acabou por custar-me a imersão, e logo antes do clímax do filme ainda por cima.
Por fim, a maior falha do filme, a meu ver: A completa desacreditação da primeira aventura de Steve Rogers. Um ponto fulcral do filme, e uma breve sequência, ambos fazem um trabalho estelar de continuidade retroativa e, sem exageros, desvalorizam imenso “Capitão América: O Primeiro Vingador”. A aventura que deixou o líder dos Vingadores “morto” por décadas, sim essa aventura que lhe custou o melhor amigo e o amor da vida dele, essa aventura torna-se uma nota em rodapé no final do filme.
Fora o problema de continuidade (que acaba por necessitar alguma ginástica mental) temos ainda certas insinuações que põem em causa um par dos maiores momentos da primeira fase da Marvel ao fim de dar um “estatuto” e “relevância” não merecidos à protagonista.
Uma personagem mede-se pelas acções e pelos méritos, e a capitão tem muito de bom em ambas as categorias, mas dois planos conseguiram saturá-la para mim. Isto é bastante infeliz porque temos aqui uma das melhores introduções duma protagonista no catálogo da Marvel e, a meu ver, um dos melhores filmes a solo dos estúdios.
Com tudo dito, o filme acaba por trazer mais uma grande heroína aos ecrãs, e abre-nos o apetite para Endgame!
7/10
-Henrique V.Correia
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Jovem dos 7 ofícios com uma paixão enorme por tudo o que lhe ocupe tempo.
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