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Cinema: Crítica – Blinded by the Light – O Poder da Música (2019)

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Quantos de nós, ao ouvirmos certas bandas ou temas, lembramos-nos de uma vida passada, definida pela música que de alguma forma nos marcou? Ao contrário dos The Beatles que foram esquecidos em Yesterday, em Blinded by the Light – O Poder da Música, faz questão em contar a verdadeira história inspiradora de Javed Khan (Viveik Kalra), que descobriu a música do artista de New Jersey numa altura complicada da sua vida…

Passado em 1987, quando Margaret Thatcher impunha dias difíceis no Reino Unido, ser-se um imigrante paquistanês em Luton, nos arredores de Londres ainda complica mais as coisas. Javed e o seu amigo Matt (Dean-Charles Chapman) sonhavam em algo melhor quando mudassem para a metrópole. Mas nem tudo corre como esperam, quando Javed é praticamente forçado pelos pais a seguir uma vida tradicional e prosseguir os estudos em algo mais útil do que a escrita criativa.

Gurinder Chadha realiza assim um coming-of-age repleto de esperança, onde existe vontade de vestir a nossa verdadeira pele, sem nunca nos esquecermos das nossas origens. É um tópico que é abordado de uma forma fiel, sobretudo no que toca à forma que os jovens imigrantes procuram criar a sua própria vida, divididos pelas tradições dos seus parentes e a nova cultura que vai integrando a sua nova vida.

Ainda assim, Chadha, apesar de não mudar as regras cinematográficas, faz para que toda a sua banda sonora seja ouvida com atenção, sobretudo as músicas de Springsteen, cujas passagens líricas aparecem no ecrã ao lado de Javed, traduzindo em palavras aquilo que o jovem está a sentir na alma. Por vezes aparenta ser uma técnica usada em demasia, mas que funciona bem em dar a entender o contexto emocional da cena, aumentando assim a exposição da personagem.

Acompanhamos toda a luta interna de Javed durante uma altura atribulada, mas que conta com a amizade de Roops (Aaron Phagura), à qual é eternamente grato por lhe introduzir a este novo mundo musical; e da paixoneta que tem por Eliza (Nell Williams), uma activista liberal, cujos pais conservadores alimentam a sua rebeldia. Juntando ao ensemble, está a família de Javed: o pai Malik (Kulvinder Ghir), a mãe Noor (Meera Ganatra) e a sua irmã Shazia (Nikita Mehta), que garantem uma variedade de sentimentos, com muitos risos e lágrimas.

Durante duas horas, vemos o crescimento de alguém que tinha tudo para se sentir revoltado com a sua vida, para alguém cujo sonho em ser escritor e ter uma influência nas pessoas tão grande quanto Bruce Springsteen. É um crescimento que, de alguma forma, conseguimos relacionar à nossa vida pessoal, deixando-nos a torcer por Javed em concretizar os seus objectivos. Essa é a magia de Blinded by the Light – O Poder da Música, que nos leva, com prazer, numa viagem que nos enche o coração, com fãs do The Boss a cantarolarem as várias músicas e os restantes a sorrirem ao terem uma nova perspectiva da sua música.

Nota Final: 7/10

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