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Cinema: crítica – Bem-vindos a África

Nas últimas três décadas Christian Clavier afirmou-se como um dos actores franceses de maior sucesso no cinema. As divertidas personagens conquistaram plateias e os filmes protagonizados por Clavier esgotaram sessões em França e em muitos outros países. O seu sucesso permitiu-lhe cobrar cachets milionários pela participação em filmes como Os Visitantes da Idade Média e Astérix e Obélix: Missão Cléopatra, onde por cada filme terá recebido cerca de milhão e meio de euros.
Recordo-me de ver salas de cinema em Portugal esgotadas a rir com sonoras gargalhadas cada vez que a sua personagem dizia “Okkkkkkkk “ou “Chocolaaaaaaate” em Os Visitantes, e a mesma diversão das plateias foi repetida com os capítulos em imagem real dos filmes de Astérix e Obélix.
Enquanto os espectadores portugueses foram conhecendo outros comediantes do cinema francês, os novos filmes com Clavier continuam a atrair espectadores aos cinemas. Mas ter Clavier como protagonista não é garantia de boa comédia!

Este início de Agosto estreia em Portugal Bem-vindos a África, uma caricatura aos reality shows da televisão que estreou em França no Natal passado.

Para um programa de televisão especial, quatro convidados que a França conhece bem e com um ego do tamanho do mundo vão conhecer e conviver com os Malawas, uma das tribos mais isoladas do planeta.


Bem-vindos a África tem 90 minutos, mas esta paródia ao tele-lixo consegue ser um longo bocejo e a caricatura social nunca chega a funcionar.
O realizador e argumentista James Huth tenta explorar a falsidade das vedetas e da nossa sociedade expondo a dureza da vida sem as mordomias que já tomamos por certas.
A premissa inicial poderia ser interessante, mas facilmente o argumento é previsível e escolhe os estereótipos das personagens principais assim como o conceito de tribo “perdida no fim do mundo” e com uma tendência para o canibalismo.

Apesar da qualidade dos actores envolvidos (Christian Clavier, Sylvie Testud, Michael Youn, Pascal Elbe, Ramzy Bedia), as personagens nunca chegam a ser credíveis e as prestações dos actores  nunca conseguem sair da lama e do estrume com que as suas personagens convivem ao longo do filme
A personagem interpretada por Clavier poderia ser uma má continuação de filmes anteriores, em que nem existe alteração no guarda-roupa. Sylvie Testud interpreta uma veterinária conhecida, mas ainda estará a tentar conhecer o que faz neste filme. Vai mal o cinema quando, a direcção de actores para conceber uma estrela da bola, limita-se a vestir o actor com equipamento desportivo e dar-lhe uns tiques de estrela de futebol.Pascal Elbé e François Levantal são do melhor que o elenco consegue oferecer, é pena que tenham uma presença secundária.

O melhor mesmo de Bem-vindos a África é a beleza das paisagens africanas e da fotografia cheia de luz. Entre um sorriso ou até mesmo uma gargalhada, o espectador vai desejando que o filme acabe. É muito pouco!
Os espectadores portugueses podem já ter visto algo parecido na televisão, no reality show Perdidos na Tribo. A participação de José Castelo Branco é bem mais divertida que este filme!

Nota crítica 2/10

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