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BD é apenas um livro ou um objeto de coleção?

Dei por mim a pensar nisto muito recentemente. O mercado lá fora tem todo o tipo de edições: TPBs, Deluxe Editions, Omnibus, Compendiums, Artisan Editions. Até as mais recentes Compact Editions da DC, formato ligeiramente maior que o manga para (tentar?) atrair outro tipo de leitores.

The Wicked + The Divine Compendium.

O grande objetivo das editoras, tal como qualquer empresa no mundo, será obter lucro e fazer chegar o seu produto ao maior número de pessoas, mantendo sempre margens de lucro sustentáveis. E é aí que entram os Compendiums: a DC e Image têm lançado cá para fora cada vez mais BDs neste formato. Sagas completas apenas num livro? Um sonho de qualquer leitor, certo?

Depende.

Peguemos no exemplo no recém-chegado The Wicked + The Divine Compendium. As edições Deluxe, que já têm alguns anos, encontram-se descatalogadas há muito tempo (“out of print” – termo muito utilizado pelos leitores estrangeiros), e por isso a Image decidiu lançar este livro em formato Compendium por um valor simpático de 59.99$. Para mim, que fiz pré-reserva assim que foi anunciado, ficou-me por 45€. Desta forma, conseguiu alimentar a ânsia dos leitores que queriam ler esta obra de Gillen, num livro único.

45€ por 1448 páginas de banda desenhada. Parece fantástico, não é?

Depende.

The Wicked + The Divine Compendium.

Com este The Wicked + The Divine Compendium, percebi que nem sempre os Compendiums são boas soluções para sagas completas. Por ser um livro com muitas páginas, acabamos por não conseguir abrir o livro na sua totalidade quando estamos a ler. Cheguei a não conseguir ler algumas partes onde o balão ficava “comido” pelo miolo do livro, ou então até arte que não conseguia apreciar na sua totalidade.

The Wicked + The Divine Compendium.

Além disso, torna-se um livro pesado para longas sessões de leitura.

Os Omnibus da Marvel e DC, apesar de serem livros de grandes dimensões, acabam por não sofrer com isto.

Outro bom exemplo recente: East of West, de Hickman. As edições Deluxe, em inglês, também estão esgotadas há muito tempo, onde até o aclamado argumentista disse, nas suas redes sociais, que não voltariam a existir as suas Deluxes no mercado. Por isso, os leitores passaram a ter duas opções: optar pelos 10 TPBs, ou adquirir o novo Compendium.

The Wicked + The Divine Compendium.

E esta edição, apesar da sua extraordinária qualidade de papel e impressão, sofre do mesmo problema do livro que mencionei anteriormente.

Adoro banda desenhada, principalmente material da Image Comics. A mim interessa-me ter as coleções completas, com um visual apelativo na minha estante. Mas também não gosto de ficar com as mãos dormentes com longas sessões de leituras.

Chega então a pergunta para os “colecionadores” ou “lombadeiros” de Portugal:

É preferível ter um livro assim, que fique bonito na estante? Ou é melhor optar pelos 10 TPBs que existem, com as informações das lombadas desalinhadas?

Ou serão aquele leitor que espera interminavelmente por uma reedição das versões Deluxe?

Compram os TPBs de Marvel e DC em inglês, ou esperam pelas edições ou Omnibus, que acabam por ter um preço mais baixo por página?

Perguntam-me: “o que preferes, Ângelo?”

Respondo: “Depende.”

The Wicked + The Divine Compendium.

ângelo

Fã do Homem-Aranha desde 1993, passou a gostar mais do Daredevil desde 2022.
Pai de dois filhos, acumulador de jogos na Steam e leitor de BD quando tem tempo.

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