Astérix: Entrevistas a Fabrice Caro e Didier Conrad
Didier Conrad e Fabrice Caro são os autores do próximo álbum do Astérix que sairá a 23 de outubro de 2025, como foi revelado aqui, e onde as primeiras pistas foram reveladas.
Este será o segundo argumento assinado por Fabcaro, que trouxe uma nova energia às histórias, mantendo-se fiel ao espírito original de René Goscinny e Albert Uderzo.
A entrevista:
Então, Fabcaro, está feliz por voltar a encontrar os nossos irredutíveis Gauleses neste 41.º álbum?
Estou contentíssimo! Quando acompanhamos durante um álbum inteiro personagens que adoramos, ficamos um pouco tristes ao abandoná-las. O que quer dizer que voltar a encontrá-las para passar de novo tempo com elas, especialmente num novo formato, o de viagem, me enche de alegria! Segui-las ao longo da história foi como se tivesse regressado aos meus tempos de miúdo. Na verdade, até acho que não faço grande coisa; coloco-as numa situação e deixo-as ganhar vida!
Tratando-se justamente de um álbum de viagem, como foi o processo de criação do argumento?
Já acabou de o escrever? Primeiro, procurei um destino onde os nossos amigos nunca tivessem estado, mas também um lugar onde eu tivesse vontade de me embrenhar durante o processo de escrita. Não há razão para as personagens serem as únicas a divertirem-se! Atualmente, estou mais próximo do fim do argumento do que do início, embora vá estar constantemente a retocar o texto até à última hora, antes do envio para a gráfica.
Quais são os seus álbuns de viagem preferidos? Há alguns elementos que o tenham inspirado?
Há vários álbuns de viagem que eu adoro. Gosto muito do Astérix Legionário pelo espírito de camaradagem que lhe está subjacente e sobretudo pela galeria de personagens hilariantes que nos propõe. É uma espécie de road trip em bando, com cada personagem a ter as suas próprias caraterísticas. Também gosto muito do Astérix nos Jogos Olímpicos, pela forma como se apresentam os Gauleses a fazer turismo no estrangeiro, com as suas manias um pouco “toscas”. Também é o único álbum que consegue ser simultaneamente um álbum de viagem e um álbum quase de aldeia, uma vez que todos os homens da aldeia participam na viagem. Apesar de, a páginas tantas, sentirmos um pouco a falta das mulheres da aldeia.
E quanto a si, Didier, o argumento inspirou-o?
Antes de mais, estou muito feliz por me cruzar de novo com o Fabrice nesta nossa segunda colaboração. Ele convenceu-me pelo simples facto de ser tão dotado para escrever um álbum de aldeia como um álbum de viagem; e sim, o destino inspirou-me muito!
Em que etapa da criação é que está?
No que me diz respeito, esta aventura está longe de estar terminada. Estou atualmente a finalizar os esboços a lápis e vou de seguida atacar a passagem a tinta, munido do meu fiel pincel Winsor & Newton e da minha tinta da China. Desenhar este álbum dá-me um enorme prazer e espero que o resultado final agrade aos leitores.
Mais sobre os autores:
Fabrice Caro, que também assina Fabcaro, é autor de banda desenhada e romancista. De entre a sua prolífica obra iniciada em 1996, podem citar-se Le Steak haché de Damoclès (2005), La Bredoute (2007) e On est pas là pour réussir (2012). O sucesso chega em 2015 com o álbum Zaï zaï zaï zaï, que conquista o Prémio Landerneau BD «Coup de coeur», bem como o Prémio Ouest-France «Quai des Bulles 2015» e muitos outros prémios.
O álbum foi adaptado a filme em 2020 por François Desagnat. Em 2016, assina o argumento das novas aventuras de Gai-Luron, desenhadas por Pixel Vengeur (Fluide Glacial). Em 2018 é publicada uma outra obra muito notada, que mistura humor absurdo e sátira social: Moins qu’hier (plus que demain). O seu romance Le Discours (2018) foi adaptado ao cinema por Laurent Tirard em 2020. Em 2021 publica Guacamole Vaudou, um romance fotográfico humorístico que conta com a participação do comediante excêntrico Éric Judor. Fort Alamo, o seu sexto romance após Figurec (2006), Broadway (2020), ou ainda Journal d’un Scénario (2023), acaba de ser publicado em outubro de 2024 (Gallimard).
Didier Conrad, tal como Astérix, nasceu em 1959. A sua primeira banda desenhada, Jason, é publicada em 1978. Lança-se depois, em parceria com Yann, na animação dos cabeçalhos da revista Spirou, criando mais tarde, ainda com o mesmo argumentista, a mítica série Les Innommables. Seguem-se inúmeras produções repletas de humor, como Bob Marone (1980) e, com Wilbur, L’Avatar (1984), Le Piège Malais e Donito (entre 1991 e 1996).
Em 1996 instala-se em Los Angeles para trabalhar na longa-metragem de animação O Caminho para El Dorado (que estreou nas salas de cinema em 2000), produzida pela Dreamworks SKG. Dois anos mais tarde regressa à BD para dar continuidade a Les Innommables, ao mesmo tempo que retoma a sua parceria com Wilbur em Tigresse Blanche (2005-2010), na série RAJ (2007-2010) e em Marsu Kids (2011-2012). Desenha as aventuras gaulesas desde o álbum Astérix entre os Pictos (2013).
E para não perderes nada sobre o Central Comics no Google Notícias, toca aqui!
Além disso, podes seguir também as nossas redes sociais:
Twitter: https://twitter.com/Central_Comics
Facebook: https://www.facebook.com/CentralComics
Youtube: https://www.youtube.com/CentralComicsOficial
Instagram: https://www.instagram.com/central.comics
Threds: https://www.threads.net/@central.comics
Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.