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Análises jogos: NeoSprint – Um regresso nostálgico?

NeoSprint, lançado pela Atari, é uma reimaginação do clássico Sprint 2 de 1976, trazendo o conceito de corridas top-down para plataformas modernas como PlayStation, Xbox, Nintendo Switch e PC.

Jogo: NeoSprint
Disponível para: PC, PlayStation 4/5, Xbox One/Series, Nintendo Switch
Versão testada: PlayStation 4
Estúdio: Headless Chicken Games
Editora: Atari

O jogo mantém a essência de controlo simples, com foco em aceleração e derrapagens em curvas, mas moderniza a experiencia com gráficos modernizados e novas funcionalidades, como um editor de pistas e diversos modos de jogo, incluindo campanha, grande prémio, corrida livre, e desafios como contra o relógio e percurso de obstáculos.

NeoSprint

O Contexto

Em criança era fã passei muitas horas no me ZX Spectrum com jogos como “Championship Sprint Rancing”, “3D Stock Cars 1 e 2” e principalmente “Super Sprint”, geralmente com amigos. O caos que era meter as mãos dos 4 jogadores no pequeno teclado do Spectrum, era sempre hilariante. E quando o NeoSprint for anunciado uma onda de saudade e nostalgia inundou-me e não podia deixar de querer testar esta nova aposta da franquia da Atari.

Mas a expectativa era tal que dificilmente o jogo conseguisse superar ou igualar esse meu entusiasmo. Infelizmente ficou bem aquém do que aquilo que esperava até porque já vinha recentemente de mais de 30 horas do maravilhoso Super Woden GP II, que me encheu as medidas no que respeita a jogos de corrida top-down.

O Análise:

Dito isto, refira-se que as muitas opções novas ao jogo são bem-vindas. Temos o modo campanha, dividido em 3 fases, subdividido em 4 pequenos minicampeonatos de 4 pistas que terminam numa corrida a dois com uma espécie de “boss”, mas na verdade não é mais difícil do que qualquer outro adversário normal. 

NeoSprint

A análise:

A campanha é a coisa mais chocha que pode pode existir. Não só as 3 fases são muito semelhantes entre elas, sem inovações visíveis e esteticamente parecidas, como não vai aumentando de dificuldade. Além disso esta demora umas 2 horas a passar e chegámos ao fim e nem uma tela comemorativa, nem um “Parabéns”, nada! Acaba-se a última corrida e voltamos ao menu principal sem ai nem ui. Por cada minicampeonato que passamos ganhamos sempre um baú onde vamos desbloqueando itens estéticos, carros, ou novas “peças” de construção de pistas, o que acabar sempre por incentivar a continuação.

No “grande prémio” temos a hipótese de poder jogar individualmente as pistas que já desbloqueámos na campanha, ou seja, nada de especial, e em “corrida de obstáculos”, podemos jogar as mesmas, mas, lá está, com uma série de objetos na pista que na grande maioria nos vai dificultar a corrida.

Mas a “corrida livre” é aquela opção que gostei mais, pois temos a oportunidade de jogar pistas criadas por outros utilizadores. Isso poderá ser em nuvem, ou até descarregar para a nossa consola. Ou descarregar podemos depois criar os nossos “grandes prémios”, agora com as pistas criadas pelas fãs.

Por fim, em “time trail”, é o que próprio nome indica, estamos a correr sozinhos contra o tempo. Sozinhos não é bem assim, estaremos sempre acompanhados pelo fantasma da nossa melhor corrida. Assim temos sempre a noção se estamos a fazer melhor ou pior tempo durante todo o percurso.

Além disto tudo, para quem tiver paciência a habituar-se aos comandos pouco intuitivos (coisa que não tive), pode divertir-se a construir as suas próprias pistas e a as possibilidades são imensas.

Pontos a ter em conta:

  • Achei todo o jogo demasiado infantil, desde os menus até aos desenhos dos “bosses” da campanha, que não coaduna com as origens do jogo original.
  • Não sei se é um bug geral, ou se é da minha pobre PS4 (base), mas tenho alturas da corrida em que jogo laga bastante quando a câmara, a meio da corrida, começa a afastar-se. O que, num jogo com gráficos tão minimalistas não devia de acontecer.
  • O jogo é muito mais divertido quando o fazemos com mais amigos.
  • O 3D não é muito bem conseguido no que diz respeito a tentar perceber quando a elevações o ou depressões de terreno. Fica tudo muito confuso.
  • Foi-me difícil construir pistas. Achei os comandos pouco intuitivos e irritei-me bastante ao tentar fazer circuitos simples.

Opinião Geral:

No fim temos um bom equilíbrio entre o clássico e o moderno, mas com muitos aspetos que podiam ser bem melhores. Podemos ir “buscar” pistas feitas por qualquer outro jogador no mundo, mas o multiplayer é apenas local. Grande falha na implementação dos recursos online. Por isso acho o preço exagerado (24,99€), basicamente o dobro de um Super Woden GP II que acho francamente melhor. 

NeoSprint é muito mais indicado para nostálgicos e saudosistas do que para novos jogadores que queiras experimentar este tipo de jogo. 

Classificação: 6.5/10

 

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Hugo Jesus

Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.

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