Análise BD: Napoleão, Vol. 3
Eis que chegámos à terceira e última parte de Napoleão da editora Gradiva que segue a bom ritmo nas suas edições.
Com o guião por Simsolo a par com o historiador Tulard, o desenho de Fiorentino assistido por Cammardello e as cores de Alessia Nocera, os desígnios do imperador Napoleão terminam sendo contados de uma forma muito competente e concisa com os dois primeiros álbuns, sendo que a única diferença que reparei foi mesmo nas cores mais escuras e intensas de Nocera neste último album.
Nao sei se por acaso fortuito ou se pela temática de ascensão e queda, torna este álbum mais taciturno e deslumbra o definhar deste personagem histórico que conquistou paixões, admiradores, mas também críticos e inimigos.
Não querendo dar uma aula de história, recapitulamos os acontecimentos até 1812 onde é lançada a campanha contra a Rússia e onde as tropas napoleónicas ocupam Moscovo. Dá-se a famosa Batalha de Beresina e um ano depois Napoleão vence os prussianos em Lutzen.
Nesse mesmo ano de 1813 Wellington vence o marechal Jourdan em Vitória e a França perde a Espanha.
Napoleão é derrotado pelos aliados Áustria, Rússia e Prússia em Leipzig na Alemanha e em 1814 no Tratado de Chaumont os Aliados comprometem-se a não assinar a paz separadamente com Napoleão.
Napoleão abdica incondicionalmente em Fontainebleau e vai para a ilha de Elba. Já no Tratado de Paris, a França perdeu quase tudo o que conquistou.
Em 1815, sai da ilha de Elba e volta às Tulherias e a definitiva derrota de Napoleão dá-se em Waterloo, numa batalha que fica para a história não fossem os Abba estragar tudo numa canção horrenda e mais visceral que a própria.
Vítima das intrigas de Fouché , Napoleão abdica para o seu filho a 22 de Junho mas este nem chega a aquecer o lugar pois fica retido na Áustria. Após ser deportado para Santa Helena , ele fica em cativeiro em Longwood e a sua saúde vai se deteriorando progressivamente, sendo que no dia 5 de maio de 1821 acaba por falecer na sequência de uma doença de estômago e não por envenenamento como é comum ser anunciado.
Poderia a Gradiva ter feito um integral com estes três álbuns? Podia mas não era a mesma coisa, o preço subiria caoticamente e ficamos com a mesma sensação do que custa esperar por finais de séries, não só de BD mas também daquelas da TV como por exemplo da HBO onde temos que esperar eternamente por episódios semanais que mais parecem anos e depois só podemos ver às prestações…
Volto a referir um desenho muito competente no estilo clássico e realista Franco-Belga onde os cenários são sumptuosos e as vinhetas bem distribuídas permitindo uma arte sequencial equilibrada e visualmente bonita, dando espaço para respirar nas grandes panorâmicas que nos transportam para o ambiente e cenários de época de forma bastante fiel e imersiva.
Edição competente com formato generoso, preço acessível e um bom caderno de extras no final onde quem gosta de documentários históricos, fica bem servido.