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Jogos: Care Bears: Unlock the Magic – Análise

Care Bears: Unlock the Magic tem tanto de colorido como de repetitivo, enquanto tenta explorar o ramo da nostalgia.

Care Bears: Unlock the Magic

Jogo: Care Bears: Unlock the Magic
Disponível para: Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5
Versão testada: Nintendo Switch
Editora: Maximum Entertainment

Care Bears: Unlock the Magic

Há algo de fascinante na longevidade de certas marcas, especialmente aquelas que parecem existir nas margens da cultura pop moderna. Care Bears (para nós portugueses, ursinhos carinhosos), uma franquia que atingiu o seu auge nos anos 80 e 90, é um desses sobreviventes. Care Bears: Unlock the Magic, a mais recente adaptação em videojogo ligada à série animada atual, é um testemunho dessa resistência — mas também, talvez, dos limites da nostalgia de marca.

Em termos de jogo, Care Bears: Unlock the Magic assenta em dois modos principais: Aventura e Livre. A campanha principal, o Modo Aventura, é estruturada como um percurso linear ao estilo de jogo de tabuleiro, dividido em mini-jogos curtos, num total de 70 desafios principais, com algum conteúdo adicional aqui e ali. Estes mini-jogos baseiam-se em mecânicas já conhecidas: imagina Flappy Bird com balões em forma de coração, Bubble Shooter com purpurinas, e uma espécie de linha de dança ao estilo “cobra”, chamada “Conga”.

Care Bears: Unlock the Magic

Visualmente, o jogo é inegavelmente fofo e pensado para captar a atenção dos mais pequenos. Personagens como Cheer Bear e Grumpy Bear surgem em tons pastel suaves e em ambientes repletos de brilho e luz. As vozes orientam o jogo e a música — embora enérgica — é limitada em variedade e torna-se rapidamente repetitiva.

Em termos de jogabilidade, a magia é escassa. Existem apenas oito modelos base de mini-jogos, que se repetem exaustivamente ao longo da campanha. Os controlos são simples, mas nem sempre precisos — um problema em fases que exigem reações rápidas. E, embora a dificuldade, no geral, seja baixa, surgem picos inesperados que parecem mais fruto de má conceção do que de intenção deliberada. A acessibilidade é um ponto positivo, mas a falta de profundidade e algumas mecânicas pouco claras podem frustrar até os jogadores mais novos.

Care Bears: Unlock the Magic

Um livro de autocolantes serve como sistema básico de recompensas, oferecendo colecionáveis ligados ao progresso. No entanto, parece mais um extra decorativo do que um verdadeiro incentivo para jogar.

Talvez a maior oportunidade desperdiçada seja a ausência de funcionalidades multijogador. Apesar do formato que faria sentido como jogo de festa, Unlock the Magic é estritamente para um jogador, o que pode ser limitador para famílias que gostam de jogar em conjunto.

Care Bears: Unlock the Magic

No final, Care Bears: Unlock the Magic é uma experiência colorida, mas superficial. Apesar de capturar o visual alegre da franquia e de poder entreter os fãs mais pequenos em sessões curtas, falha em oferecer diversão duradoura ou jogabilidade significativa. Mais um exercício de marca do que um título memorável, deixa a sensação de que toda essa doçura talvez funcione melhor em doses mais pequenas.

Nota: 3/10

António Moura

Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.

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