Ronda de Análises: Visual Novels
Hoje trazemos mais uma ronda de análises a videojogos. Nesta edição especial apresentamos apenas Visual Novels, disponíveis nas mais variadas consolas e PC. Os jogos desta vez serão Collar X Malice – Unlimited, Nicole e Milky Way Prince.
Collar X Malice – Unlimited
Uma visual novel tem que ter um foco bastante grande em termos de história e, Collar X Malice – Unlimited- é um visual novel que mostra isso mesmo como deve ser.
Para começar, devia dizer que isto é uma espécie de sequela e, ao mesmo tempo, é apenas um mundo expandido do jogo original. Isto porque temos novos modos de jogo, em que temos um Interlúdio exclusivo, uma história que acontece depois dos eventos originais e, talvez o mais importante de tudo, um modo de história em que jogamos com membros da organização terrorista com que estamos envolvidos, denominada de Adonis.
No fundo, neste jogo somos um bando de detetives e reunimos as peças a partir do momento em que começa o incidente X-Day e, a partir daí temos que procurar traidores e descobrir segredos, numa corrida contra o tempo completamente desesperante. O facto deste jogo ser uma espécie de atualização do original é bastante interessante, porque dentro da história acabamos por descobrir novos eventos e personagens originais.
Além disso, como temos que colocar as peças todas juntas para completar a história pode não ser interessante para aqueles jogadores mais perspicazes. No entanto, ao existir um desafio maior com a história Adonis, acaba por ser o mais surpreendente. Especialmente porque a história foi desenhada para ser repetida múltiplas vezes. Especialmente porque estamos em contra-relógio e não é numa só vez que vamos descobrir todos os nossos inimigos. E com personagens tão singulares, é impossível não conseguirmos gostar e querer aprender mais sobre o mundo do jogo.
Resta concluir que, Collar X Malice – Unlimited- é um jogo que nos vai prender, especialmente se gostarmos de mistério e de personagens que nos fazem ficar cada vez mais curiosos. Um jogo com uma história que não vai deixar o jogador largar a consola em nenhum momento.
Nota Final: 7/10
Collar X Malice – Unlimited está disponível para Nintendo Switch e PS Vita
Nicole
E se no jogo anterior vínhamos de uma história cheia de mistérios e intrigas, neste jogo continuamos cheios de intrigas. No entanto, temos que resolver um assassinato numa universidade e somos uma garota chamada Nicole.
A história anda à volta de Nicole que entrou na sua primeira opção. No entanto mal chega descobre que há desaparecimentos e também que poderá eventualmente ser a próxima vítima desse assassino, isto se não for muito cuidadosa. Portanto, não é a experiência perfeita que a Nicole tinha em mente para o seu tempo na universidade.
A gênese de Nicole é ser uma visual novel e ao mesmo tempo um simulador de encontros. Ah, e temos que viver a vida de estudante como seria de esperar: ter trabalhos em part-time, explorar locais ou até fazer atividades extracurriculares. No entanto, o mais interessante é mesmo o facto de podermos estar a ir a encontros com o culpado de todos os acontecimentos e, ao mesmo tempo, não fazermos a mínima ideia.
Mas sejamos francos, tanto a história como a arte do jogo não são a melhor. Admito que me assustei a primeira vez que o joguei, mas foi pela arte ser tão má. Especialmente porque não há quase nenhum tipo de violência ao longo do jogo, nem para mostrar como funcionava o culpado. E isto acaba por tornar o jogo mau e uma questão de tempo até o jogador ficar aborrecido. Além disso, a música não é nada demais, mesmo não sendo um fator que incomode assim tanto.
Resta concluir que, Nicole é um jogo a evitar, tanto pela história, como pelas personagens e o seu desenho que não trazem nada de novo ou bom ao género, até chega a trazer algo mau para ser correto.
Nota Final: 2/10
Nicole está disponível para PC e Nintendo Switch
Milky Way Prince
Neste último jogo, convém explicar que mesmo estando a falar de uma visual novel, acaba por ser também um jogo que tem uma componente bastante grande em termos de apontar e clicar. Também devo dar o aviso de que, mesmo que Milky Way Prince aparente, é tudo menos um jogo para os mais jovens.
Pegando em temas mais pesados como a intimidade, a idealização de algo e relações abusivas, seguimos a história de Nuki que se depara com Sune, um jovem que se parece muito com o herói do seu livro favorito de infância. O problema, é que a cada encontro vamos descobrindo novas situações e temos que aprender a enfrentar demónios psicológicos.
Por um lado, com Nuki acabamos por usar os cinco sentidos, mas ao mesmo tempo temos que saber desenhar a linha que separa Sune de ser um bom namorado ou até mesmo o homem dos sonhos de Nuki, especialmente porque ele tem que lidar com os seus próprios problemas, como a submissão e ter um sentimento de amor-próprio pouco presente.
O mais impressionante nesta história é ela ser baseada em parte na vida do seu criador Lorenzo Redaelli, que fez uns desenhos fantásticos, integrando bastante na história e ao mesmo tempo uma melodia que em grande parte é só piano, fantástica.
No fundo, estamos a viver a vida de outra pessoa e os traumas que enfrentou, de uma forma pura e dura, com uma banda sonora impecável a seguir-nos e ao mesmo tempo com um pequeno sentimento de culpa. Uma aventura a explorar e um momento de reflexão para os jogadores.
Nota Final: 8/10
Milky Way Prince está disponível para PC. Em breve estará disponível para Xbox One, Nintendo Switch e PlayStation 4
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.