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Exposição: O Japão de José Ruy

Este sábado, dia 5 de agosto, abre ao público a exposição de banda desenhada O JAPÃO DE JOSÉ RUY, organizada pelo Clube Português de Banda Desenhada com a colaboração da Câmara Municipal de Beja – Bedeteca de Beja e apoio da Câmara Municipal da Amadora.

A exposição, que mostra várias pranchas originais do livro Lendas Japonesas, de Wenceslau de Morais (editado este ano pela Polvo), estará patente ao público até ao dia 9 de setembro e pode ser visitada todos os sábados na sede do Clube, na Avenida do Brasil n.º 52, Amadora (antiga sede do CNBDI), entre as 15h00 e as 19h00.

O desenho do cartaz foi retirado da história “Momotaro, o Menino Pêssego”.

José Ruy é um dos mais reconhecidos e importantes autores da banda desenhada portuguesa, com vastíssima obra produzida. 

Estas suas Lendas Japonesas baseiam-se em diversas lendas dispersas pela obra de Wenceslau de Moraes, autor de vários livros sobre assuntos ligados ao Oriente, em especial o Japão, onde viveu por 33 anos. A elas José Ruy dedicou especial carinho e atenção desde a sua criação, em 1949, para as páginas d’O Papagaio.

Tal como Moraes, José Ruy é um excelente narrador. Os seus dotes naturais contam com vivacidade, ternura, poesia e também um certo dramatismo, onze deliciosas lendas tradicionais nipónicas, realçando temas como a alma japonesa, o budismo, o amor, a arquitectura religiosa, alguns coloridos exotismos ou a fantástica paisagem do país. Em cada lenda deste livro há sempre uma chamada de atenção, uma perspicácia ou um erro humano posto a descoberto, mas há também aquelas emoções vulgares de que a vida normalmente se alimenta.

José Ruy Matias Pinto nasceu a 9 de Maio de 1930, na Amadora. Cursou Artes Gráficas e habilitação a Belas-Artes na Escola António Arroio, em Lisboa. Aos 14 anos estreou-se na revista O Papagaio. A partir daí a sua presença (e o seu traço) foi transversal a uma boa parte das revistas portuguesas de banda desenhada: colaborou, entre outras, com O Mosquito, Camarada, Pisca-Pisca, Cavaleiro Andante, Tintin, Spirou, Mundo de Aventuras, Selecções BD…

Viu serem-lhe publicados mais de oito dezenas de álbuns, cerca de meia centena e meia dos quais em banda desenhada. Apaixonado pela biografia histórica e pelos clássicos, boa parte da sua obra foi dedicada à sua adaptação à banda desenhada: UbirajaraO BoboFernão Mendes Pinto e a sua Peregrinação, os Autos das Barcas ou Os Lusíadas são alguns dos seus trabalhos mais emblemáticos. Há duas características na obra de José Ruy que constituem a sua imagem de marca: um rigor absoluto na investigação e um entusiasmo enorme pela banda desenhada. Foram-lhe atribuídos mais de duas dezenas e meia de prémios e distinções. Expôs em vários países da Europa, na China, no Japão e no Brasil.

Em 1990, foi o primeiro autor a ser galardoado com o Prémio de Honra do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora. No ano seguinte foi distinguido com a Medalha Municipal de Ouro de Mérito e Dedicação da sua cidade natal, onde o seu nome está ainda atribuído a uma escola e a uma avenida. Faleceu a 23 de Novembro de 2022 na sua Amadora. Contava 92 anos e ainda produzia. É um dos Maiores autores portugueses de banda desenhada.

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