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Crítica: Demon Slayer – O Filme: Comboio Infinito

Eis que chega às salas de cinema o filme Demon Slayer – Comboio Infinito. A obra cinematográfica que se tornou no filme mais vendido de sempre no Japão e retirou o título ao clássico A Viagem de Chihiro.

A narrativa segue-se após a 1ª temporada do anime. Tanjiro, a sua irmã demónio Nezuko, e os seus amigos e companheiros de combate, Inosuke e Zenitsu, seguem para a sua próxima missão, livrarem-se do demónio que está por trás da maldição do Comboio Infinito, onde morrem regularmente dezenas de pessoas e caçadores de demónios.

Ao chegarem, deparam-se com um dos melhores espadachins do mundo, o atual Pilar das Chamas, Kyojuro Rengoku, que os irá ajudar a enfrentar os Enmu, um demónio ambicioso em tornar-se num Demónio da Lua. Enmu tem a capacidade de adormecer os passageiros e levá-los para um “sonho infinito” com o intuíto de os matar mais facilmente enquanto se aventuram numa vida mais feliz sem os desgostos da realidade.

Entramos assim num registo emocionante, entre realidade e ficção, em que vamos conhecendo aos poucos a verdadeira essência de cada um destes heróis, o porquê de determinadas ações, mas acima de tudo o passado do Pilar das Chamas, Rengoku, que havia surgido muito pouco na 1ª temporada do anime.

Entre comédia, mágoas e ação abundante, a narrativa de Comboio Infinito aborda eficientemente as suas metáforas e demonstra-nos o poder que o passado tem no crescimento pessoal e a motivação que os fez aguentar cada um do seu percurso. Durante esta aventura introspetiva, acompanhados por uma banda-sonora original complexa com vários temas e géneros diferentes, as cenas dramáticas, que apesar de por vezes previsíveis, têm sempre uma eficiência incrível em não cair na tentação de ser somente um espetáculo visual.

Contudo, nem todas as personagens têm esta capacidade de instrospeção. Inosuke, mas principalmente Zenitsu, são usados em demasia como fator cómico e quebram, por vezes de forma desnecessária, a narrativa dramática e emocionante por entre a mente e realidade cruel dos protagonistas.

Para além disto, a escolha questionável em criar um dos obstáculos num estilo 3D completamente diferente do resto do filme afasta-nos da imersão narrativa. No entanto, a restante obra tem um poder visual efetivamente mágnifico que irá sensibilizar a maioria dos espetadores pelo valor metafórico incutido que eleva a experiência para uma reflexão sobre nós mesmos.

Deste modo, apesar da narrativa se focar sobretudo na nova personagem do Pilar das Chamas, é indispensável a visualização da 1ª temporada do anime para se ter uma maior ligação emocional com os protagonistas e compreender as suas ações ou detalhes essenciais.

Em suma, Comboio Infinito cumpre os seus objetivos morais instrospetivos que não só nos revela mais sobre os demónios e os seus caçadores neste vasto universo como nos oferece uma experiência visual e sonoramente inesquecível.

Classificação: 8/10

  • Demon Slayer -Kimetsu No Yaiba- O Filme: Comboio Infinito estreou a 10 de junho nos cinemas portugueses.

Tiago Ferreira

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