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Cinema: Crítica – Tully (2018)

Mulher. Mãe. Super-heroína. Charlize Theron regressa num filme imperdível. Tully estreia dia 7 de junho nos cinemas.

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Tully, realizado por Jason Reitman (Up in the Air, Juno), conta um momento inesquecível da vida de Marlo (Charlize Theron). O seu terceiro bebé está a caminho, mas o cansaço extremo de viver já com duas crianças, Sarah (Lia Frankland) e Jonah (Asher Miles Fallica), um rapaz com problemas psicológicos intensos que perturbam a sua vida pessoal e escolar, forçam-na a procurar uma ama noturna. A ajuda do seu marido, Drew (Ron Livingston) é mínima, reforçando esta sua opção que fora aconselhada pelo seu irmão rico, Craig (Mark Duplass). Este acontecimento irá dar uma reviravolta ao estilo de vida de Marlo que deixa a ama Tully (Mackenzie Davis) integrar-se na sua casa.

O filme possui uma narrativa sensivelmente aterradora. Apesar do seu trabalho ser tecnicamente noturno, Tully vai-se infiltrando e conhecendo o quotidiano de Marlo. As interpretações fantásticas de ambas as atrizes tornam esta história divertida, satírica, sombria, sensual e, por vezes, erótica através de um diálogo delicado e bem desenvolvido que irá provavelmente enriquecer com um segundo visionamento do filme devido ao seu forte e inesperado terceiro ato. É um enredo para o qual se necessita de ir com uma visão aberta para os eventuais desenlaces que poderão ocorrer. As referências cinematográficas são inevitáveis e é possível uma associação a obras de Alfred Hitchcock ou Ingmar Bergman.

Tully Mackenzie Davis
Mackenzie Davis interpreta Tully, em Tully

A música do filme é composta maioritariamente por baladas, criando uma complexidade entre música familiar e o limite da obscuridade. O filme consegue-nos fazer sentir a desconfiança de haver um estranho ambulante noturno na nossa casa que em conjunto com a luz, cenário e fotografia originam uma previsibilidade, mas também imprevisibilidade, no enredo. Existe uma química clara entre Charlize Theron e Mackenzie Davis que causa questionamentos da vida quotidiana ao espetador, realçando temas como o crescimento psicológico e físico do ser humano e uma ponta de feminismo. É necessário salientar a pormenorização dos argumentistas neste diálogo. Várias falas têm uma significação para além da sua superficialidade que só será enriquecida com um segundo visionamento do filme.

O filme, realizado por Jason Reitman, inova e consegue abordar eficientemente a depressão pós-parto. A realização e interpretações brilhantes de um elenco jovem e veterano tornam Tully numa obra imperdível.

  • Tully estreia dia 7 de junho de 2018 nos cinemas.

4/5

Tiago Ferreira

2 thoughts on “Cinema: Crítica – Tully (2018)

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