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Cinema: Crítica – Dog: A Aventura de uma Vida

A estreia de Channing Tatum e de um dos seus grandes amigos criativos, Reid Carolin como realizadores vem em forma de uma história comovente, com Dog: A Aventura de uma Vida. Lulu é um Pastor-belga Malinois, que durante anos foi companheira de um Ranger do exército Americano, entretanto falecido. É dada a missão a Jackson Briggs (Tatum) de levar Lulu até ao funeral do seu velho amigo, mas a tarefa não será tão fácil, pois a cadela tem uma personalidade difícil.

Lulu, sendo ela uma soldado de guerra, também traz alguns dos traumas que advêm da violência passada nas suas missões, algo que o filme não esconde, muito pelo contrário. A dada altura, Lulu revê os seus “melhores momentos”, um DVD que colecciona diversas capturas de inimigos, da qual ela participou activamente. Também tem um DVD com os seus episódios favorito de Anatomia de Grey, mostrando a dualidade da sua persona. Mas é na ligação entre estas duas personagens quebradas que criam um laço de amizade e compreensão, tornando-se melhores na companhia um do outro.

Ainda que se estabeleça com a fórmula clássica, os vários momentos cómicos e dramáticos que constroem a narrativa cumprem as expectativas, mas teria sido bem-vindo uma maior profundidade dramática, que explorassem mais os traumas que ambos carregam nos ombros. O melhor de tudo é a forma genuína que Lulu e Briggs parecem compreender a dor que têm e usar essa força para sobreviver, mesmo que cometam alguns pequenos crimes inofensivos para se divertirem um bocadinho. É visível o trabalho de casa feito com as três cadelas que interpretam Lulu – Britta, Lana 5 e Zuza – onde vemos a química entre elas e Tatum, sendo as suas interações muito naturais.

De um ponto de vista técnico, pode ser o primeiro passo de muitos, tanto para Tatum como para Carolin, com uma realização muito competente, jogando maioritariamente pelo seguro. Certamente que no futuro, o talento atrás das câmaras poderá ser ainda mais destacado, mas aqui é demonstrado que existe já uma noção, com o adicional de terem cães para gerir e interagir no set. Nada mau para uma primeira experiência!

Assim, Dog: A Aventura de uma Vida é uma comédia dramática bastante empática nas suas intenções, entretendo em doses q.b., contando uma história comovente sobre duas almas que precisavam de um ombro amigo incondicional. Pecando apenas por perder a oportunidade de nos pôr a chorar a sério, o filme consegue aquecer os corações mais frios e dar graças aos nossos companheiros não-humanos.

Nota Final: 6/10

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