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Cinema: Crítica – Cry Macho: A Redenção (2021)

Clint Eastwood é incapaz de se retirar do cinema. O actor lendário norte-americano já tem uma carreira incrível, repleto de filmes que representam cada década que passou, e viu com os seus próprios olhos o cinema a mudar e a transformar-se naquilo que é hoje no dia presente. Hoje, com 91 anos, este também tem uma longa lista de filmes como realizador, por vezes protagonizando os seus próprios filmes, como é o caso da sua mais recente obra Cry Macho: A Redenção (Cry Macho: O Caminho Para a Redenção – no Brasil)

Adaptado do livro da autoria de N. Richard Nash, o filme conta a história de Mike Milo (Eastwood), uma ex-estrela do rodeo que, após um grave acidente, passa agora o seu tempo a cuidar e a treinar cavalos. Um ano depois de perder o seu emprego, Mike é contratado pelo seu ex-patrão Howard (Dwight Yoakam), para trazer de volta o seu filho, Rafo (Eduardo Minett), que está no México e que tem um galo lutador chamado Macho.

Este filme é no fundo uma carta de amor ao cinema Americano do qual Eastwood claramente tem um enorme carinho, com uma premissa simples e leve, e uma quantidade de drama q.b., o suficiente para que haja espaço para conhecermos este cowboy. Não existe absolutamente nenhum momento tenso, oferecendo uma leveza na sua narrativa como já não a vimos há muito. É a descoberta interior de Mike, que cria uma ligação com Rafo, durante a sua jornada e que exploram as pequenas cidades do México, esperando não serem apanhados.

Em pouco mais de hora e meia de filme, esta viagem pelo cinema clássico aborda tudo o que a sétima arte significa para Eastwood, não precisando de recorrer a tramas complexas ou sequer uma tentativa fútil de aprofundar algo que não tem qualquer tipo de necessidade de ser explorado desse modo. É, definitivamente, um filme que permite apreciar a paisagem e a bondade do ser humano, num western onde a simplicidade solidifica a história que quer contar, sem encher com moments que nada realçam o filme, contrastando entre os dois actores principais, cada um em opostos polares no que toca a experiência cinematográfica.

Assim, Cry Macho: A Redenção, poderia facilmente ser o filme de despedida de Clint Eastwood do grande ecrã – provavelmente não o vai ser – mas esta é uma obra que representa um dos últimos grandes actores clássicos americanos, onde a grandiosidade e a generosidade é mostrada de forma genuína e sincera.

Nota Final: 8/10

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