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Cinema: Crítica – Ballerina

Com o sucesso de John Wick, seria uma questão de tempo até vermos o universo a ser explorado por outras personagens. Com a estreia de Ballerina, eis que chega um filme imparável e repleto de acção.

Quando John Wick estreou em 2014, jamais poderíamos adivinhar o impacto cultural que um simples filme de acção iria ter em Hollywood – e pelos vistos nem a própria produção tinha essa noção, como visto no recente documentário Wick is Pain. Com mais três sequelas debaixo do cinto, um filme de Wick já é sinónimo de blockbuster com acção imparável e, por mais longo que seja o filme, é garantido um excelente serão. Acontece que o mundo de John Wick tem potencial e pano para mangas. Primeiro, a série The Continental e o seu sucesso no Prime Video, e agora com Ballerina, protagonizado por Ana de Armas.

Conhecemos Eve (de Armas), uma jovem que após perder o pai, junta-se como estudante e membro da Ruska Roma, na perseguição da sua vingança. Acontece que a mesma, durante a sua missão, irá desvendar um acordo milenar, que a poderá deixar no exílio, e confrontar os mais perigosos assassinos.

O que poderia ser simplesmente um spin-off a cumprir o mínimo, acaba por ser algo um pouquinho mais, ainda que com algumas notas de melhoria. Sim, Ana de Armas, depois da sua aparição em 007 Sem Tempo Para Morrer a aguçar o apetite no que toca aos talentos da actriz ser, potencialmente, uma estrela de acção, aqui confirma que após todo o treino recebido e os meses dedicada em coreografias e tempo passado no campo de tiro, os frutos são visíveis e entusiasmantes.

O maior receio deste tipo de spin-off vem da reputação do resultado final ser apenas o mesmo, mas com uma personagem feminina, algo que é muito bem-vindo aqui, pois a história de Eve é muito diferente a de John Wick. O problema reside na rapidez com que o filme quer nos familiarizados com ela.

Enquanto que os filmes de John Wick – e subsequentemente a realização de Chad Stahelski – sempre mostraram um homem vulnerável q.b., onde visualmente há algo quase real e transcendente no ecrã, incluindo o sangue e nódoas negras, e que existe um elemento de risco é frequentemente real, onde todas as decisões contam, por mais que confiemos na sua personagem; Len Wiseman parece ainda ter ficado nos seus tempos de Underworld – Submundo, e as suas várias sequelas, ao homogeneizar um filme para os tempos actuais do streaming, no que é o seu primeiro filme desde o remake de 2012 de Desafio Total.

Assim, Ballerina, é quase de certeza o início de um caminho paralelo no mundo de John Wick, potencialmente abrindo portas para a exploração de cantos ainda desconhecidos deste universo, através de uma personagem cuja actriz é verdadeiramente talentosa e capaz de oferecer exactamente aquilo que a saga precisa. No entanto, é necessário confiar mais na personagem e arriscar como nunca. Esta pode ser a introdução de Eve Macarro, mas é injusto para Ana de Armas deixar o público na dúvida se vale a pena o investimento a longo prazo.

Nota Final: 6/10

Ricardo Du Toit

Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.

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