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Cinema: Crítica – A Mulher Rei (2022)

Quando Maria Bello visitou Benim em 2015, esta sentiu-se inspirada pela história das Agojie, um grupo de guerreiras destemidas, e que valeria explorar a ideia de um filme dedicado às mesmas. Demorou vários anos até se tornar num projecto viável, chegando finalmente ao grande ecrã, com A Mulher Rei, realizado por Gina Prince-Bythewood.

Seguimos a General Nanisca (Viola Davis), a grande líder dos Agojie, juntamente com as suas guerreiras predilectas, Izogie (Lashana Lynch) e Amenza (Sheila Atim). Após um ataque brutal num acampamento dominado pelo império de Oyo, liderado pelo General Oba Ade (Jimmy Odukoya), estes buscam vingança pelos seus soldados mortos e ameaçando tudo o que o Rei Ghezo (John Boyega) prosperou: o comércio de escravos e outros bens; enquanto treinam as mais recentes recrutas no grupo.

Baseado em eventos verídicos, A Mulher Rei é um épico comparável a outras obras como Braveheart – O Desafio do Guerreiro ou Gladiador, demonstrando uma parte da realidade de um dos exércitos mais duros de sempre. A última vez que vimos Prince-Bythewood na realização foi na Netflix, na adaptação de banda desenhada A Velha Guarda, mostrando a sua sensibilidade perante conteúdos históricos, mas também uma grande competência em cenas de acção intensa. Neste filme, cada batalha é sentida e com um propósito, onde o sangue derramado pelos inimigos é um passo para a frente na justiça feita pelas mãos destas guerreiras.

É no elenco que o filme eleva o seu status, com Davis a encarnar o que é talvez o seu derradeiro papel, aos 57 anos, demonstrando uma capacidade inigualável de vestir a pele da líder que gostaríamos de todos ser. É um papel que possivelmente lhe valha, no mínimo, uma nomeação nos grandes prémios anuais ligados ao cinema e com certeza merecedor desse destaque.

A presença de Boyega é ao inicio um bocadinho bizarro, considerando que é a primeira vez que vemos o actor britânico numa obra do género, mas rapidamente mostra o seu talento de se integrar no meio. O grande foco é para a jovem Thuso Mbedu, que faz a sua estreia no cinema, como a ambiciosa Nawi, que fará tudo para provar o seu lugar junto às Agojie.

Assim, A Mulher Rei, é o que parece ser dos primeiros grandes filmes que deveríamos estar atentos para os prémios; um filme épico, repleto de acção e muita alma, inspirando-nos a ser as nossas melhores versões destemidas. A factualidade histórica pode ser discutida em alguns pontos, mas contextualizados num grande filme mostrando aquilo tudo que as Agojie representam no mundo.

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