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Cinema: Crítica – 65 (2023)

Há ideias que funcionam melhor em papel do que quando executadas. Este é um conceito que olha para Hollywood e exige-lhe que tenha em consideração décadas de histórias a empurrar filmes para as massas, em busca do próximo maior êxito de bilheteira. Este é o caso de 65, escrito e realizado pela dupla de Scott Beck e Bryan Woods, os mesmos argumentistas do enorme sucesso Um Lugar Silencioso.

65

Quando uma viagem espacial corre mal, a nave de Mills (Adam Driver) despenha-se no planeta Terra, há 65 milhões de anos, numa altura em que os dinossauros andavam livremente.. À procura da salvação, este acaba por encontrar Koa (Ariana Greenblatt), a única outra sobrevivente do desastre. Em busca da nave de emergência, que lhes irá ajudar a regressar a casa, estes terão que lutar e sobreviver este mundo pré-histórico.

É curioso como uma das duplas de criativos mais aclamados dos últimos anos nem sempre acerta no alvo, com 65 a não conter nada de grande destaque, sem ser o seu conceito base. É um conceito que se esgota no primeiro terço do filme, este que cumpre com rigidez os 90 minutos do cinema tradicional, mas que infelizmente parecem mais com o muito de nada que acontece.

65

Entre um Driver a servir de uma variação bootleg doutro papel dele, doutro universo, e uma química inexistente com a outra sobrevivente, a isto se juntam diversos dinossauros capazes de nos fazer repensar se fomos demasiado injustos com a trilogia recente de Mundo Jurássico. Amontoado de clichés, não será preciso uma bola de cristal para adivinhar, quase ao segundo, quando a história decide atirar-nos com algo para causar uma emoção superficial.

Não se entende como chegamos aqui, mas a verdade é que 65 poderia oferecer-nos algo muito para além que uma ideia bem pensada a meio da noite, ou durante o banho; bastaria ser pensado com mais profundidade, talvez como uma curta-metragem, ou até um videojogo. Mas como longa-metragem, tudo aquilo que supostamente defende, é diluído ao máximo, com o espectador a ficar a perder.

Mesmo com o selo de produção de Sam Raimi, nada é capaz de salvar 65, a não ser o mesmo prosseguir para o esquecimento global, até que apareça o próximo projecto que não impressione. Normalmente seria pró-escolha, mas creio que as coisas teriam sido melhores e mais interessantes se não tivessem havido sobreviventes nesta viagem.

Nota Final: 3/10

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