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Análise jogos: Terra Nil

Terra Nil
Terra Nil

No rescaldo da devastação total do Apocalipse, só o Central Comics pode restaurar a natureza a um mundo desolado. Terra Nil: uma proposta diferente num jogo relaxante.

Sinopse de Terra Nil

A Devolver Digital traz-nos Terra Nil, um jogo de estratégia ambiental desenvolvido pela Free Lives em que o nosso objetivo consiste em devolver a vida à natureza de um planeta devastado. Ao purificar solos, limpar oceanos, plantar árvores e reintroduzir fauna, estamos a recuperar um ecossistema destruído e a reequilibrar a sua ordem natural. Terminada a nossa tarefa, chega a altura de partirmos, mas não sem antes eliminarmos todos e quaisquer sinais da nossa presença.

Devastação.

Análise de Terra Nil

Tanto a imprensa como os próprios distribuidores de Terra Nil apresentam o jogo como sendo principalmente um city builder de estratégia. Não há dúvida que precisamos de pensamento estratégico para este título, mas não consigo concordar com a classificação de city builder só porque se constroem edifícios. Para mim, Terra Nil é tanto um city builder como God of War é um jogo sobre navegação: é verdade que há lá barquinhos pelo meio, mas não me parece que isso seja muito relevante no jogo. Não. Para mim, Terra Nil é um jogo de estratégia e puzzle. Ponto. Agora que já tirei este azedume de boca, até porque é a única crítica negativa que consigo fazer ao jogo, podemos avançar com a análise propriamente dita.

O tutorial começa por nos enviar para um mundo desolado e totalmente estéril e a ensinar-nos o básico em restauração de ecossistemas, que se divide em três fases. Começamos por devolver a fertilidade ao solo e a reabastecer as reservas de água limpa. Assim que alcançamos um certo equilíbrio, passamos para a fase de redesenhar biomas e reintroduzir vida selvagem. Finalmente, quando tudo está em plena harmonia, chega a hora de eliminar todos os vestígios da nossa presença e partir. Quando tudo está concluído, podemos recostar a cadeira e admirar a beleza do que acabámos de criar no ecrã, enquanto o mundo real à nossa volta arde devido à pura estupidez das ações de todos nós. Sim, todos! Desce lá do cavalinho da virtude por um momento e dedica uns segundos a pensar no verdadeiro custo de produção do ecrã em que estás a ler isto.

Terra Nil está longe de ser um AAA, mas os gráficos não deixam de ser muito agradáveis e adequados ao tema do jogo. Os sons e a música também acompanham na perfeição e melhoraram uma experiência já de si muito relaxante e agradável.

Não tendo propriamente uma história profunda a acompanhar o jogo (porque não precisa) o conceito é uma lufada de ar fresco com um inebriante aroma a originalidade. Quanto à progressão, apresenta-se na típica forma de um jogo de puzzle — temos várias zonas, aqui representadas por distintos biomas — que podemos completar até 100%, sendo uma percentagem mínima de conclusão exigida para desbloquear a fase seguinte.

No que toca à jogabilidade, Terra Nil conjuga estratégia e puzzle quase na perfeição. Não só temos de pensar antecipadamente no que queremos fazer, como temos de descobrir como executá-lo. O jogo também nos apresenta objetivos secundários a atingir, como atingir determinada temperatura ou humidade de modo a possibilitar certo tipo de característica no mundo, que passa (brilhantemente) a ser incluída no mapa, por exemplo, fungos nas florestas ou salmões nos rios. Mas, por vezes, estes objetivos são mutuamente exclusivos, o que acrescenta repetibilidade ao jogo. E o melhor de tudo é que jogamos em mapas gerados proceduralmente — excelente!

Recuperação!

+++

Praticamente tudo no jogo, mas daria destaque à originalidade do conceito e à jogabilidade.

Não é que seja pouco, mas trata-se de um jogo tão bom que não consigo de ter pena por não ter mais conteúdo. O preço para PC também podia ser mais simpático.

Progresso.

Classificação: 8/10

Foi-me pedido para testar Terra Nil em PC (24,99 €), e foi o que fiz, mas o jogo encontra-se disponível noutra plataforma. Mais especificamente, através da Netflix, que nos disponibiliza o jogo gratuitamente se tivermos uma assinatura. Tivesse eu analisado Terra Nil nesse contexto e, provavelmente, a classificação teria sido mais alta.

Fiquei muito satisfeito com Terra Nil e é bem possível que o instale no telemóvel para ir jogando enquanto espero pelo autocarro ou na sala de espera de uma consulta, como para a inevitável colonoscopia que um dia virá.

Para terminar, fica a dica indispensável: lembram-se de quando eram crianças e era muito fixe brincar com os brinquedos todos, mas muito chato arrumá-los todos no fim? Aqui é igual, de modo que vos aconselho a deixar tudo a jeito, nem que seja para varrer para debaixo do tapete.

Plataforma testada: PC

Trailer de Terra Nil:

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