Jogos: Persona 3 Reload – Análise

Persona 3 Reload finalmente chegou! Será que a espera valeu a pena?

Falar de Persona 3 Reload pode tornar-se numa tarefa um pouco complicada, principalmente porque estamos a falar de um remake de um clássico que é amado por muitos, e que acaba por fazer uma espécie de caminho na linha tênue entre nostalgia e revitalização.

Na pele do protagonista sem nome, recém-chegado à Gekkoukan High, navegamos por um mundo tingido de macabro, onde sombras espreitam na Hora Sombria e personas, manifestações do nosso eu interior, tornam-se as nossas armas. Devo admitir que tive um friozinho na barriga quando voltei a ver as personagens que fazem parte do nosso elenco, uma pontada de saudade diria eu.

Reload pinta um quadro vibrante do seu cenário, capturando a mundanidade da vida escolar ao lado da realidade arrepiante de Tartarus, a torre repleta de sombras monstruosas. Embora alguns elementos, como o sistema de links sociais, pareçam ultrapassados, os temas centrais de mortalidade, amizade e confronto com demônios interiores permanecem potentes. A história, embora ocasionalmente prejudicada por problemas de ritmo, oferece momentos de genuína profundidade emocional, principalmente quando explora o luto, a aceitação e a frágil beleza da vida.

O combate floresce com o seu talento estratégico baseado em turnos. A adição de “all-out” adiciona uma camada satisfatória de complexidade, enquanto o sistema de fusão de personas, permitindo a criação de novas personas poderosas, permanece profundamente envolvente. No entanto, o chamado “grind”, particularmente nos andares repetitivos de Tartarus, pode tornar-se tediosa, um resquício da idade do jogo original.

Além disso, onde o jogo realmente brilha é na sua apresentação audiovisual. A banda sonora remasterizada revitaliza melodias clássicas, enquanto a dobragem nova dá vida aos personagens. A revisão visual, embora não seja uma reinvenção completa, realça a atmosfera, particularmente nos corredores opressivos de Tartarus.

No entanto, a pergunta crucial permanece: o Persona 3 Reload justifica a sua existência? Para novatos na série, oferece um ponto de entrada polido numa história atemporal. Mas para veteranos, a questão é mais complicada. Embora as melhorias sejam inegáveis, alguns podem achar as mudanças superficiais, sentindo falta das “arestas brutas” que definiam o original.

Em última análise, Persona 3 Reload é uma dança com a morte, literal e metaforicamente. Obriga o jogador a confrontar a mortalidade, o poder da conexão humana e as escolhas que fazemos diante do inevitável. É um testamento ao núcleo do jogo em que esses temas ressoam até aos dias de hoje. Seja o leitor, um recém-chegado ou um visitante que regressa, o Persona 3 Reload oferece uma jornada convincente, embora com alguns passos em falso. Mas que é um belo jogo, realmente é!

Nota: 9/10