Jogos: Dragon’s Dogma 2 – Análise
Dragon’s Dogma 2, a tão aguardada sequela do RPG de ação da Capcom lançado em 2012, chegou com imenso potencial, acabando por expandir pontos fortes do jogo original, enquanto embate em alguns problemas.
Confesso que já joguei o Dragon’s Dogma original um pouco tarde, quando comprei a versão do jogo que saiu para a Nintendo Switch em 2019. Foi uma aventura e tanto, e claramente fiquei excitado quando surgiu a oportunidade de jogar a sequela de um jogo que me tinha divertido imensamente.
Devo então dizer que, Dragon’s Dogma 2 aprimora o já satisfatório combate do original. O facto de termos várias vocações por onde escolher, obtermos também uma variedade diversificada de estilos de jogo. Cada um tem uma sensação distinta, com um fluxo satisfatório de combos e habilidades especiais. Além disso, o desenvolvimento de ser possível fazer com que a nossa personagem se agarre aos inimigos gigantes, escale os seus corpos para desferir um golpe devastador, é um destaque particular – no fundo, acaba por ser um lembrete visceral da vulnerabilidade do seu personagem e da escala das bestas que enfrenta.
O sistema de peões, onde recruta companheiros de IA criados por outros jogadores, é um conceito soberbo. Os peões podem ser personalizados e instruídos, adicionando uma camada de estratégia ao combate. Ver um peão bem construído executar perfeitamente uma manobra que o jogador ensinou é profundamente gratificante. Aliás, admito que em certos momentos fiquei com lágrimas nos olhos quando algo assim acontecia. No entanto, a IA dos peões pode ser imprevisível às vezes, levando a alguns momentos frustrantes em que uma estratégia elaborada cuidadosamente se desfaz.
O mundo em si é um triunfo. Ambientes exuberantes convidam à exploração, com segredos escondidos e inimigos desafiadores à espera de serem descobertos. No entanto, problemas técnicos podem prejudicar a experiência. Embora o estilo de arte seja magnífico, quedas na taxa de quadros podem ocorrer, especialmente em áreas lotadas. Esses problemas não são constantes, mas podem quebrar a imersão em momentos cruciais. Principalmente quando estamos a meio de um combate e sentimos que algo está errado.
Em termos narrativos, a verdade é que começa forte, e acaba por mergulhar o jogador num mundo à beira da catástrofe. O sistema de peões é integrado na história de maneiras interessantes, e o elenco principal é cativante. No entanto, a trama perde força nos estágios finais, aproximando-se de uma conclusão que parece bastante fraca, fazendo assim parecer que tudo o que completamos para trás foi em vão.
Quando Dragon’s Dogma 2 foi lançado, muito se falou em microtransações. No entanto, o jogo evita microtransações flagrantes. É possível comprar itens cosméticos e consumíveis, mas nenhum é necessário para o sucesso. Aliás, todos são adquiridos ao longo do jogo!
Resta concluir que, Dragon’s Dogma 2 é um jogo de contrastes. O combate é fantástico, o mundo é envolvente e o sistema de peões oferece uma reviravolta estratégica única. No entanto, problemas técnicos e uma narrativa incompleta podem prejudicar a experiência.
Nota: 8.5/10
Dragon’s Dogma 2 está disponível para PC, PlayStation 5 (versão jogada) e Xbox Series
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.