Jogos: Arma Reforger – Análise
Se achas que conheces jogos de tiro militares, pensa outra vez. Arma Reforger na PS5 não é só mais um Call of Duty ou Battlefield — é uma experiência completamente diferente.
Jogo: Arma Reforger
Disponível para: PC, PlayStation 5, Xbox Series
Versão testada: PlayStation 5
Editora: BOHEMIA INTERACTIVE a.s.
Antes de mais nada: Arma Reforger não é para quem joga a solo ou para os “lobos solitários”. Este é um jogo em que o trabalho de equipa não é apenas encorajado — é essencial. Vais precisar de formar esquadrões, comunicar (sim, com microfone) e seguir ordens para tirar o melhor partido da experiência. Se preferes correr e disparar, usar killstreaks ou viver cenas de herói solitário, mais vale ficares pelos Call of Duty.
Em vez disso, Arma Reforger recompensa planeamento cuidadoso e coordenação. É o tipo de jogo em que vais passar minutos a planear a tua rota com um mapa e uma bússola, em vez de correres diretamente para o objetivo. Pode ser frustrante ao início, especialmente se és novo neste tipo de experiência, mas há uma certa satisfação em compreender verdadeiramente o ambiente e trabalhar em equipa para alcançar um objetivo comum.
Falando de frustração, vamos aos tutoriais — ou à falta deles. Arma Reforger oferece uma série de tutoriais que deveriam ensinar-te o básico, mas deixam muito a desejar. Se queres mesmo aprender o jogo, provavelmente vais acabar por ver vídeos no YouTube ou depender dos conselhos de jogadores mais experientes. É uma pena, porque esta barreira de entrada vai afastar muitos novos jogadores.
Dito isto, a persistência compensa. Assim que dominas os sistemas — navegação, comunicação ou combate — o jogo começa a revelar o seu verdadeiro potencial. É um pouco como aprender uma língua estrangeira: avassalador ao início, mas incrivelmente recompensador quando finalmente consegues perceber tudo.
A verdadeira magia de Arma Reforger está na sua jogabilidade emergente. O jogo vive de momentos não planeados e imprevisíveis que criam histórias incríveis do tipo “tinhas de lá estar”. Quer seja a tua equipa a derrubar helicópteros com pura coragem ou a escapar a uma emboscada por um triz, estes momentos distinguem Arma Reforger de outros jogos de tiro.
Contudo, a qualidade destas experiências pode variar bastante, dependendo da equipa com quem jogas. Se tiveres sorte de apanhar um grupo de jogadores alinhados contigo, estás feito. Se não, o jogo pode parecer desorientado e até frustrante. É, sem dúvida, uma experiência onde “os resultados podem variar”.
Na PS5, Arma Reforger apresenta um desempenho razoável na maioria das vezes. Quer escolhas o modo de qualidade a 30fps ou o modo de desempenho a 60fps, vais notar ocasionais quedas de framerate. Os controlos, especialmente nos menus e no sistema de inventário, são algo desajeitados — um sinal claro de que este é, antes de mais, um jogo de PC. No entanto, as funcionalidades do DualSense são fantásticas. O feedback háptico e os gatilhos adaptativos acrescentam uma camada de imersão que poucos jogos conseguem igualar, especialmente em cenários de combate.
Arma Reforger oferece três modos principais: Conflict, Combat Ops e Game Master. Conflict é o destaque, proporcionando batalhas em larga escala com muitas oportunidades para trabalho de equipa e estratégia. Combat Ops, um modo cooperativo PvE, parece fraco em comparação, enquanto Game Master permite criar e ajustar cenários personalizados. Embora tenha potencial, é provavelmente demasiado complexo para a maioria dos jogadores de consola.
Em suma, Arma Reforger na PS5 é um título de nicho, mas para o jogador certo, é uma experiência inesquecível. A sua simulação militar hardcore oferece uma profundidade e realismo raros nas consolas, mas vem com uma curva de aprendizagem íngreme, menus desajeitados e uma falta de funcionalidades sociais que limitam a sua atratividade.
Nota: 7/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.
