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Crítica – O Esquadrão Suicida (2021)

James Gunn, realizador conhecido por ter dado os seus primeiros passos no cinema junto à lendária produtora Troma Entertainment, tendo sido mentorizado por Lloyd Kaufman, passou uma grande parte das últimas duas décadas a contribuir para argumentos e a realizar filmes independentes, criando um estilo único inconfundível.

Foi na sua colaboração com a Marvel que toda a gente ficou a saber o seu nome, com Os Guardiões da Galáxia. Agora, o realizador decidiu dar uma nova vida ao grupo de desajustados favoritos de toda a gente, O Esquadrão Suicida.

Desta vez o grupo é composto por Bloodsport (Idris Elba), Pacemaker (John Cena), Harley Quinn (Margot Robbie), Ratcatcher 2 (a portuguesa Daniela Melchior), Polka-Dot Man (David Dastmalchian) e King Shark (Sylvester Stallone), ao qual se juntam ao já conhecido Coronel Rick Flag (Joel Kinnaman), que têm a missão suicida, que os leva até à ilha de Corto Maltese para destruir Jotunheim, uma prisão da era-Nazi que hospedava um laboratório, onde diversas experiências eram feitas a vários sujeitos.

Este é capaz de ser o filme mais fiel à visão de James Gunn, multiplicado por dez, onde o mesmo aproveitou sem qualquer tipo de contenção a liberdade dada pela Warner Bros. e a DC Comics na produção do filme. Tudo vale neste filme, desde do vocabulário colorido que toda a gente utiliza, à quantidade absurda de humor negro, brilhantemente orquestrado numa história de banda desenhada clássica. No fim, temos perante a resposta de o que seria um filme da Troma se tivesse um mega-orçamento de estúdio, e é de deixar todos absolutamente boquiabertos.

Inspirado pelas páginas originalmente publicadas em 1980, este Esquadrão Suicida tem pela frente uma multitude de obstáculos, onde a dificuldade de dar destaque a cada uma das suas complexas, problemáticas e imprevisíveis personagens dissipa ao encararem uma ameaça em comum e a perseverança das suas próprias vidas, mesmo em situações aparentemente impossíveis de sair. São elas várias, que levam os nossos anti-heróis numa multitude de aventuras interligadas, culminando num impressionante terceiro acto contra um vilão clássico.

Mais que isso, é o incrível elenco, onde existe uma sinergia entre cada um dos actores, que se entregam às personagens das quais vestem a pele. Desde da persona macho de Peacemaker e Bloodsport, à inocência hilariante de King Shark, passando pela loucura divertida de Harley Quinn e de Polka-Dot Man; todos têm os seus momentos para brilhar, frequentemente combinando momentos genuinamente inesquecíveis. Entretanto, é importante notar o inicio de o que esperemos que seja uma enorme carreira para Daniela Melchior, em Hollywood e mais além, com a Ratcatcher 2 a ser a alma e o coração deste filme.

Assim, O Esquadrão Suicida é o derradeiro filme de James Gunn, onde pôde fazer tudo o que queria e muito mais, oferecendo à audiência um filme muito especial, que certamente ficará na memória de muitos, sejam eles fãs de longa data, ou aqueles que estão apenas agora a juntar-se à viagem. Até lá, ficamos de dedos cruzados para que voltemos a ver estas personagens no grande ecrã.

Nota Final: 10/10

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