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Cinema: Crítica – Como Treinares o Teu Dragão: O Mundo Secreto (2019)

A amizade inigualável entre Hiccup e Desdentado regressa com um épico final. Como Treinares o Teu Dragão: O Mundo Secreto estreia a 21 de fevereiro nos cinemas!

Passaram-se 9 anos desde que conhecemos esta adorável amizade entre um jovem, Hiccup, e um dragão fúria da noite, Desdentado. Este terceiro capítulo chega novamente pelas mãos do realizador Dean DeBlois, cujo se baseou nos livros de Cressida Cowell. Ao surgir uma Fúria da Luz, Hiccup e Desdentado terão de abandonar a sua casa para descobrirem mais acerca de um Mundo Secreto. Em paralelo, tentam escapar de Fuligem, um vilão nunca antes visto que pretende arrasar tudo aquilo que Hiccup ama.

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Numa animação incrivelmente avançada, esta aldeia de Berk e respetivas ilhas criam uma épica aventura com temas universais que chegam facilmente a todas as classes etárias. Visualmente é das melhores obras animadas possivelmente criadas no cinema, indo a todos os pormenores possíveis, desde às expressões das personagens e aos diferentes tipos de espécies de dragões, cujos têm um detalhe incrível, mesmo quando posicionados bastante longe da ação central. Além disto, os visuais são enriquecidos pela variedade de cenários, como os céus percorridos nesta aventura ou o mundo secreto onde reina a natureza e os animais.

Ao longo desta saga, Hiccup e Astrid foram criando uma relação cada vez mais séria, chegando o momento chave em que se terão de tornar nos chefes da aldeia. Em contrapartida, o Desdentado tornou-se no dragão alpha e tudo muda quando encontra uma Fúria da Luz que apresenta enormes semelhanças físicas consigo apesar de não ser exatamente da mesma espécie. Em retrospetiva ao primeiro filme, o Desdentado conseguiu que Astrid se encantasse com a coragem de Hiccup durante o voo romântico ao som da música de John Powell.

Por consequência, chega a vez do jovem viking ajudar o seu dragão trapalhão a deslumbrar esta “luminosa”, criando um dos momentos mais hilariantes desta saga. Um tipo de narrativa humorística, mas inteligente, que apesar de ser entre dragões torna-se emocionante e encantador de observar. O conjunto de aspetos técnicos, como a história criativa, a qualidade do som ambiente, a música romântica e, claro, o design adorável destas personagens com os seus olhos esbugalhados e expressivos, tornam esta história rapidamente tocante e credível.

Um lado surpreendente deste terceiro filme é a atenção dada às personagens secundárias. Estas possuem um tempo de ecrã muito mais prolongado e as suas falas vão para além do formato infantil, contribuindo para a história central, para o desenvolvimento dos protagonistas e para uma melhor definição da sua personalidade. Contudo, o desenvolvimento da amizade entre Hiccup e Desdentado e na relação do jovem viking com Astrid é o que nos prende a esta saga. Existe uma atenção cuidada no crescimento individual destas e nunca se cai na tentação de apressar as conclusões. Obviamente que desde o primeiro filme que o espetador compreende que Astrid e Hiccup tornar-se-ão num casal, no entanto, o argumento está construído de modo a estas interações serem naturais, surgindo temas que uma classe jovem-adulta se consegue ligar facilmente.

Além disto, Astrid não se limita como plano de fundo do protagonista, ou seja, é uma jovem independente e firme que contribui constantemente para a maturidade destes dois. Existe uma cena em particular que Astrid irá novamente motivar Hiccup para fazer “algo estúpido”, criando uma ligação cénica emocionante com os capítulos anteriores ou até referências a obras como Piratas das Caraíbas ou O Rei Leão.

Relativamente ao épico final, é possivelmente a saga com a história menos criativa devido a ter o twist mais previsível. Contudo, por vezes a previsibilidade é necessária para se chegar a uma conclusão merecida com personagens incrivelmente bem construídas. Hiccup terá escolhas bastante difíceis por fazer, cruzando temas universais como o amor e a família que são realçadas novamente com a música emocionante de John Powell e o regresso do cantor Jónsi. Além disto, o Fuligem, enriquece a saga com a sua tenacidade e ironia singular que põem em perigo os nossos heróis.

Em suma, é um épico onde se desvenda novos segredos acerca deste universo, com um final emocionante dirigido para todas as idades. O filme está disponível na versão original ou com a incrível dobragem portuguesa como Francisco Areosa (Hiccup), Paula Lobo Antunes (Astrid), Virgílio Castelo (Estóico), Leonor Alcácer (Valka), Rui Porto Nunes (Eret), Eduardo Madeira (Bocarra) e Paulo Pires (Fuligem).

  • Como Treinares O Teu Dragão: O Mundo Secreto estreia a 21 de fevereiro nos cinemas.

8/10

Tiago Ferreira

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