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Cinema: Crítica – Quando o Mal Espreita

Quando o Mal Espreita é uma das primeiras estreias de cinema de terror deste ano. Mas chegará para levar o público ao cinema?

Quando o Mal Espreita

Quando o Mal Espreita (de nome original Cuando acecha la maldad) é mais uma vez uma prova de que os países latinos são aqueles que fazem filmes de terror mais escondidos do público em geral, mas que, mesmo assim consegue atrair bastante atenção para cima deles. A verdade é que este filme argentino já tinha passado no circuito de festival independente, teve um apoio muito importante do lado norte-americano através da Shudder, a plataforma de streaming dedicada ao terror. Do nosso lado, também é curioso ver que a Filmtwist aposta nesta pelicula e que eventualmente chegará à sua plataforma, depois da passagem nos cinemas.

Quando o mal espreita

A história que nos é contada é sobre a perda de fé e uma espécie de versão completamente diferente do que normalmente estamos há espera de um apocalipse zombie. Nota-se claramente que o guião escrito e realizado por Demián Rugna vai buscar variadas inspirações a filmes de renome, sendo que até certo ponto acabou por me lembrar um pouco A Noite dos Mortos Vivos e, numa parte mais final, Os Filhos da Terra. Estamos numa Argentina pós-apocalíptica, onde as igrejas desapareceram por completo e dois irmãos, Pedro (Ezequiel Rodriguez) e Jaime (Demián Salomon) descobrem a existência de um “bichado” (que no fundo, é uma pessoa vítima de uma possessão demoníaca com passos adicionais) e toda esta descoberta dá-nos um ponto de partida e de chegada. É a tentativa de fugir de algo que nos vai perseguir para sempre, de certa forma.

 Para explicar melhor o conceito de “bichado”, os principais antagonistas da história, é necessário entender que podem de certa maneira funcionar como mortos-vivos, mas ao fim ao cabo é uma possessão demoníaca, já que estão a servir como uma forma de encubação para o nascimento do verdadeiro demónio. Além disso, ao longo do filme são relatadas várias regras que devem ser cumpridas para conseguirem sobreviver a este tipo de ameaças. E, o facto de ter dedicado um paragrafo ao antagonista foi algo propositado, porque na realidade, a maioria da história está sempre relacionada com este mal que assombra os nossos protagonistas e, em certos pontos, consegue causar ao próprio espectador uma sensação de desconforto, o que torna ainda mais divertida toda a experiência ao longo destes 99 minutos de trama.

Quando o Mal Espreita

Não existe muito a apontar ao filme, na realidade. É um filme sólido que consegue contar uma história completa sem fugir muito ao que procurava ser: um filme de terror que tende mais para o psicológico do que para o sobrenatural. As atuações por parte dos atores também são bastante boas, mas, o grande destaque vai para Emilio Vodanovich que interpreta Jair, um menino autista. A forma de interpretação é tão boa que, em certas alturas, sentimos pena da presença dele naquele mundo.

Porém, gostava de dizer que a violência gratuita a que somos expostos em certos momentos é a pior parte de toda esta pelicula. Eu entendo que sejam necessários momentos em que nos apanham desprevenidos, ou que exista algum valor em chocar os espectadores. No entanto, a forma como são executadas aqui podem fazer alguns dos espectadores mais sensíveis levantarem-se das cadeiras e ir embora. Não me vou alongar muito nesta parte, para não caminhar em território de spoilers já que o elemento-surpresa são importantes para estas cenas.

Quando o Mal Espreita

Resta concluir que, Quando o Mal Espreita é um filme sólido, diferente do que estamos à espera no género do terror em que se insere. Um filme para ver em cinema, servindo como uma alternativa válida aos filmes lançados na época natalícia.

Quando o Mal Espreita estreia a 11 de janeiro nos cinemas portugueses

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