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Cinema: Crítica – O Peso Insuportável de Um Enorme Talento (2022)

Nicolas Cage é um dos actores e criativos mais admirados e, discutivelmente, mais incompreendidos de Hollywood, com uma carreira invejável. Desde dos clássicos dos anos 90, às suas aparições mais recentes no cinema independente, toda a sua reputação é icónica e merecedora de uma homenagem. Essa vem pela mão do realizador Tom Gormican, que escreveu uma carta muito emotiva a Cage, a fazer um pitch de um filme onde o actor vestiria o papel de uma versão de si mesmo. Cage já teria recusado o papel três vezes até receber essa carta, e percebeu a paixão por detrás das intenções do jovem cineasta e assim é o protagonista de O Peso Insuportável de Um Enorme Talento.

Nick Cage (Cage) é um actor à beira da bancarrota, em busca do próximo papel que o fará novamente uma estrela de cinema. A sua relação quebrada com a sua ex-mulher Olivia (Sharon Horgan) e Addy (Lily Mo Sheen), deixa-o à beira de um ataque de nervos, quando recebe uma proposta milionária para aparecer na festa de aniversário de Javi Gutierrez (Pedro Pascal), o seu maior fã e também alegado líder de um cartel. Nick faz a viagem contrariado, mas nada o podia preparar para a aventura que se avizinha, depois de ser contratado pela C.I.A. a ser o homem infiltrado.

Gormican apresenta-nos assim a derradeira homenagem de um dos maiores actores vivos, uma carta de amor que tudo que Cage fez na sua carreira e todas as histórias e mitos que são discutidas por fãs de cinema. O filme orgulha-se de pôr à prova muitas dessas teorias, misturando-as com inúmeras referências, um reflexo de fanatismo do realizador. A dada altura, entramos numa sala onde são expostos vários itens relacionados com o actor, materializando à sua frente a influência que o mesmo teve nas últimas décadas.

Para adicionar um propósito à narrativa está Javi Gutierrez como o fã admirador de Nick Cage, do qual a dupla tem muitos momentos altamente divertidos e irreverentes. Esta amizade entre os dois aparenta ser muito genuína no grande ecrã, com uma química perfeita entre os actores. Depois dos papéis mais sérios que Pascal tem participado, é igualmente impressionante ver o actor em situações mais cómicas, e serão sempre bem-vindos.

Com isto, O Peso Insuportável de Um Enorme Talento é sem dúvida um filme muito, muito, divertido, oferecendo um bocadinho de tudo para todos os tipos de fãs de cinema. Esta é uma obra que não depende só da nostalgia e do revivalismo, capaz de se sustentar como uma comédia sólida sobre um actor no meio de uma situação caricata. Apenas é mil vezes melhor por ser o Nicolas Cage.

Nota Final: 8/10

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