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Cinema: Crítica – Mr. Link (2019), a nova animação dos estúdios Laika

Popular pelas narrativas únicas e qualidade de stop-motion em filmes como Coraline e a Porta Secreta, Kubo e as duas Cordas ou a Noiva Cadáver, os estúdios Laika lançam a sua nova obra, Mr. Link.

Realizado por Chris Butler (Paranorman), Mr. Link é acerca do egocêntrico Sir Lionel Frost que quer provar o seu lugar num grupo elitista e a sua capacidade para desvendar segredos ocultos, mais precisamente uma espécie completamente nova da qual faz parte o Mr. Link. Ao descobrir que este ser gigante e peludo tem vivido de um modo extremamente solitário faz um acordo, juntos irão descobrir o mundo secreto de Shangri-la onde esta espécie habita para que Mr. Link já nao tenha de viver sozinho e Sir Lionel junte mais uma descoberta à sua coleção. Contudo, esta aventura não será fácil. Inimigos ricos pretendem impedir esta missão que demonstrará a Sir Lionel que existem coisas mais importantes do que o seu triunfo pessoal.

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Num tom constantemente humorístico, entramos nesta aventura entre Sir Lionel e Mr. Link onde diálogo tem o maior destaque. Ambos falam de facto a mesma língua, no entanto, Sir Lionel adora comunicar num tom sarcástico enquanto que o nosso amigo peludo leva tudo para o lado literal. Uma amizade improvável vai-se desenvolvendo, sendo o economista orgulhoso quem tem um crescimento individual mais visível devido aos fracos valores morais que apresenta inicialmente e possibilitam uma mensagem positiva final para os mais jovens. Além disto, irão ser acompanhados por Adelina que tem o mapa que necessitam, criando um trio inteligente e cativante.

É uma narrativa que apela tanto ao público infantil como ao adulto pela brilhante animação stop-motion que os estúdios Laika nos têm habituado (Atenção: terão uma surpresa pós-créditos de uma cena de bastidores) e pelo diálogo sábio que transmite valores morais acerca da amizade, narcisismo e egocentrismo. Todavia, apesar da brilhante animação e protagonistas cativantes, é uma história já contada centenas de vezes em várias formas artísticas em que os vilões têm intenções óbvias e o decorrer da narrativa é extremamente previsível.

Durante esta aventura, Sir Lionel e Mr. Link, ou “Susan” como se auto proclama devido ao seu fascínio por uma mulher com esse nome, tentam escapar a duas figuras inimigas, o dono do grupo elitista que não aceita rupturas nas suas crenças e o um assassino contratado por si que não tem qualquer relevância interessante para além de trazer intensidade na aventura do trio protagonista pelo mundo.

Em suma, apesar de estar abaixo da originalidade que nos têm habituado, os estúdios Laika provam novamente a sua excelente capacidade na técnica de stop-motion com uma história coerente sobre amizade e aventura.

Além disto, o elenco de luxo eleva a qualidade do mesmo, com nomes como Hugh Jackman (Sir Lionel Frost), Zach Galifianakis (Mr. Link) e Zoe Saldana (Adelina Fortnight), entre outros. No elenco português, César Mourão, Fernando Luís, Quimbé, Luis Mascaranhas e Raquel Tavares são alguns dos protagonistas (vê aqui o vídeo nos bastidores).

  • Mr. Link estreou a 18 de abril nos cinemas (disponível na versão original e portuguesa).

7/10

Tiago Ferreira

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