Central Comics

Banda Desenhada, Cinema, Animação, TV, Videojogos

Cinema: Crítica – América em Chamas (2018)

Um dos acontecimentos mais polémicos do racismo nos Estados-Unidos na América está a chegar ao grande ecrã. América em Chamas estreia a 5 de julho nos cinemas.

[ad#cabecalho]

América em ChamasAmérica em Chamas mostra-nos a vida de uma mãe negra solteira, Millie (Halle Berry) que adotou cerca de uma dúzia de crianças durante o célebre motim de 1992, em Los Angeles. A história vai transitando entre Millie e um dos seus filhos, Jesse (Lamar Johnson), que cria um triângulo amoroso com o seu irmão adotivo, William (Kaalan Walker), e a colega de escola, Nicole (Rachel Hilson). O ambiente do filme vai-se tornando cada vez mais tenso à medida que a população local descobre que o julgamento do jovem afro-americano Rodney King não decorreu como esperado. Apesar das provas em vídeo, os quatro polícias que agrediram o jovem são ilibados, iniciando assim um dos momentos mais conflituosos contra o racismo nos Estados-Unidos da América.

O filme foca-se sobretudo na vida das personagens mencionadas, criando duas relações amorosas no enredo, a dos jovens e a da mãe, Millie, com o vizinho, Obie (Daniel Craig). A história é de facto capaz de demonstrar os problemas económicos destes bairros sociais, a influência que a sociedade local tem perante os mais jovens e o modo como são vistos pelos media ou raças distintas. Contudo, é aqui que o filme peca. Ao ser enquadrado num ambiente tão controverso, chocante e interessante como os motins de 1992 em Los Angeles, o filme deveria então explorar esse fenómeno. Por consequência, limita-se a ficar pelo lado mais seguro, o que origina um filme com um enredo amoroso bastante comum e previsível, que, apesar de ter algumas cenas emocionantes, não consegue escolher uma direção exata.

Halle Berry e Daniel Craig em América em Chamas
Halle Berry e Daniel Craig em América em Chamas

Os restantes detalhes técnicos, como a filmagem e edição, tornam-se por vezes demasiado confusos e claramente pouco trabalhados. Ao ter uma história que transita entre 3 narrativas diferentes, vai-se criando um desinteresse por todas elas e ficamos com pouca informação acerca do ponto principal do filme, os motins de 1992. Apesar do elenco ser vasto, talentoso e capaz de nos fazer criar uma ligação amorosa com as personagens, o filme acaba por ser pouco inovador, questionando-nos em como é que certos atores aceitaram integrar algo tão amador.

América em Chamas é um filme que se enquadra num dos acontecimentos mais polémicos dos Estados-Unidos da América, no entanto, o espetador será forçado a esclarecer as suas dúvidas sozinho devido ao filme não se focar precisamente no seu ponto mais interessante. Apesar destes problemas, o filme consegue criar um enredo por vezes tenso e relembrar (ou ensinar) o espetador acerca de um fenómeno mundial.

  • América em Chamas estreia dia 5 de julho nos cinemas

1,5/5

Tiago Ferreira

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Verified by MonsterInsights