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Cinema: Crítica – Ad Astra (2019)

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Uma anomalia global põe em causa o planeta Terra. Brad Pitt é o único astronauta que poderá solucionar este problema.

Após uma anomalia elétrica global, o astronauta Roy McBride (Brad Pitt) é selecionado para, 30 anos depois, continuar a missão do seu desaparecido pai (Tommy Lee Jones) cujo julga-se ser a causa destas ocorrências. Numa aventura solitária de autodescoberta, Roy andará pelo universo de encontro a Saturno e Neptuno para descobrir toda a verdade.

Num registo dramático e de introspeção, Ad Astra foca-se nesta exploração psicológica da personagem de Roy enquanto desvenda segredos ocultos do nosso universo e missões espaciais, nomeadamente o “Projeto Lima” em que, 30 anos antes, o seu pai tinha sido encaminhado para procurar vida inteligente para além dos humanos. Por consequência, a capacidade emocional de Roy é constantemente avaliada devido à sua proximidade com o alvo desta missão, existindo uma presença da narração do protagonista em vários momentos de forma a manter-nos a par da sua vida romântica e familiar, bem como o seu o crescimento individual que o tornou nesta pessoa melancólica e emocionalmente distante das pessoas.

Contudo, apesar desta sua frieza, somos facilmente presos ao seu objetivo e às suas ambições, entrando nesta viagem visualmente impressionante pelo Sistema Solar em que exploramos uma cave nuclear em Marte, o qual é um dos pontos de passagem para o resto do seu caminho e a única zona do universo que não foi afetada pelas avarias nucleares. Suspense após suspense, Roy é deparado com vários obstáculos, entre eles, hierarquias que se aproveitam da sua genealogia ou encontros inesperados com outras naves que possibilita uma maior tensão nesta longa viagem pelo espaço, que por vezes é vantajosa, ou não, para o nosso protagonista.

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Contudo, apesar dos visuais surpreendentes com claras referências a 2001: Odisseia no Espaço e da imprevisibilidade do enredo, o surgimento de determinadas personagens torna-se decepcionante quando percebemos que o seu objetivo foi mínimo, apesar de aparentarem que iriam ser algo maior, mas serviram somente como auxílio de Roy . Além disso, a resposta a “Há vida inteligente para além da nossa?” aumenta a tensão desta exploração e desejo para cheguemos ao clímax para que Roy desvenda os problemas nucleares, se o seu pai está vivo e qual a verdadeira razão de terem cancelado a missão do mesmo. Todavia, o ritmo do terceiro ato corta completamente a força e encanto do enredo com uns longos aborrecidos minutos de encontro a algo com o qual não temos o mínimo de afeto.

Por outro lado, Ad Astra contém uma aventura verdadeiramente realista em que sentimos a solidão do protagonista, brilhantemente interpretado por Brad Pitt, e a demora destas explorações pelo universo, deixando o tempo e respiração necessária para que a emoção seja transmitida e mantendo-nos presos pela sua ambição imbatível e visuais memoráveis.

  • Ad Astra estreou a 19 de setembro nos cinemas

6.5/10

Tiago Ferreira

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