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BD: Análise – O Comboio dos Órfãos – Ciclo II: Lisa e Joey

O Comboio dos Órfãos - Ciclo II: Lisa e Joey

Numa análise muito superficial à banda desenhada franco-belga podemos apontar facilmente algumas das suas características que a distingue das demais. Além disso podemos separar os pontos positivos e negativos, sendo que estes podem alterar dependendo do ponto de vista de  cada um do nós. No meu, há vários que saltam à vista. Pelo positivo temos: o formato perto do A4, que nos presenteia pranchas em formato IMAX (relativamente à BD norte-americana ou asiática), ou mais vinhetas por página; um estilo de arte sequencial diferenciado; as temáticas; etc. No oposto temos uma balonagem mais desleixada; preços por página mais altos; e um grande espaço temporal entre lançamentos de cada volume. Ou seja, temos frequentemente séries com álbuns de (apenas) 48 páginas a sair com uma frequência de lançamentos de um ano ou mais entre cada volume (refiro-me ao seu país de origem), o que numa série em continuação é bastante penoso.

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Cá, o tempo de espera de O Comboio dos Órfãos entre os primeiros dois volumes foi ainda bem maior: mais de três anos! Este atraso não se deveu ao facto de se ter de esperar pelos lançamentos originais, pois em França já saíram 8 tomos com uma cadência inferior a um ano em média, sendo que o último chegou às livrarias a 10 de Maio de 2017. Por isso, foi uma opção deliberada da portuguesa Arcádia.

O Comboio dos Órfãos – Ciclo II: Lisa e JoeySe por um lado percebemos que o primeiro volume possa não ter vendido tão bem e teve de ter todo este tempo para, provavelmente, chegar ao ponto de se pagar, por outro lado, toda esta espera também pode ser prejudicial às vendas pois os leitores poderão ter perdido o interesse, a esperança que alguma vez voltasse a sair, ou ter já comprado noutra língua. Quanto a mim tive outra reacção: admiração, quando soube do lançamento deste “Ciclo II: Lisa e Joey “. Confesso que já nem me lembrava que a história pudesse ter continuação!
Mas já diz o ditado “Mais vale tarde do que nunca”, e por isso não quero deixar de louvar a insistência da editora lisboeta pois toda a boa banda desenhada é bem-vinda, e esta é claramente o caso.

A história segue o ponto de vista de várias personagens que fizeram parte de um real e alegado supervisionado programa de bem-estar que se originou nos Estados Unidos da América onde eram transportadas crianças orfãs das superpovoadas cidades da costa Este para casas de acolhimento geralmente em localidades mais rurais do centro-Oeste, entre 1854 e 1929.

Apesar de ser uma série com pontos de ligação entre todos os álbuns, é possível poder ler-se como obras isoladas. Digo isto porque pouco me lembrava do primeiro e deu para perceber o segundo. Quem ainda não leu o primeiro, tem a oportunidade de ler os dois seguidos, que como duplos que são, corresponde a quatro tomos originais (metade da série até agora, portanto) e usufruir de experiência mais enriquecedora e completa.

Argumento: Philippe Charlot
Arte: Xavier Fourquemin
Editor: Arcádia
Argumento: 7
Arte: 8
Legendagem: 7
Encadernação: 9
Veredito Final: 7,5

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Hugo Jesus

Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.

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