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Análise jogos: Farworld Pioneers

Farworld Pioneers
Farworld Pioneers

O Central Comics aderiu à missão de colonizar o espaço profundo em Farworld Pioneers, e os elementos alienígenas que encontrámos não se resumiram a extraterrestres.

Sinopse de Farworld Pioneers

Explora um mundo aberto num universo de ficção científica em que és tu que decide o que se segue. Ergue a tua colónia do nada, recruta outros colonos, cultiva, recolhe recursos e constrói ferramentas para conquistares a natureza de planetas distantes… ou os teus vizinhos.

A Igloosoft desenvolveu Farworld Pioneers, um jogo de sobrevivência em mundo aberto com elementos de colony builder distribuído pela tinyBuild, que pode ser jogado a solo, em co-op ou em PvP.

Partimos à descoberta de novos mundos.

Análise de Farworld Pioneers

Quando me foi apresentada a proposta para fazer a análise de Farworld Pioneers e li a descrição do jogo, fiquei muito preocupado, já que previa centenas de horas em frente ao PC, sem fazer mais nada. (In)felizmente, tal como quando um agente imobiliário nos promete um palácio com sanitas de ouro e encontramos uma sanita com águas amareladas plantada no meio de uma barraca, as distribuidoras de jogos têm vindo, cada vez mais, a apostar mais no marketing do que no próprio desenvolvimento dos jogos, e Farworld Pioneers não foi exceção.

No papel, Farworld Pioneers tem um potencial enorme, visto que se apresenta como um jogo de exploração com elementos de ação em formato de plataformas, como Terraria ou Starbound, misturado com a profundidade de um colony builder, como Rimworld, chegando até a anunciar que integra elementos das equipas que desenvolveram os jogos que apresenta como referência. O problema é que a execução deste empolgante conceito é, na melhor das hipóteses, uma desilusão — sou um fã confesso da tinyBuild, mas neste caso, merece um puxão de orelhas.

Um mau prognóstico!

História de Farworld Pioneers

Em Farworld Pioneers, a história ocupa — por enquanto, já que o jogo ainda se encontra num estado de desenvolvimento muito inicial — uma posição de pouco destaque. Não há nada de errado com isto, já que nos é proposta uma experiência de sandbox, livre de qualquer limite imposto por narrativas pré-determinadas. De facto, pessoalmente, até prefiro este tipo de jogos que nos proporcionam liberdade de escolha. É como quando a malta vai à praia nadar e apanhar banhos de sol — aprecio muito a possibilidade de poder ir para a esplanada beber cervejas enquanto olho para as outras pessoas a nadar e apanhar banhos de sol.

Explorámos o que quisemos.

Jogabilidade de Farworld Pioneers

Há uma coisa que tenho de referir a favor de Farworld Pioneers: pelo menos, os problemas começam no início. Se bem que o conceito é excelente e o potencial enorme, a aplicação das ideias não me convenceu.

Quanto a erros, fartura é a palavra de ordem: os controlos têm falhas nas respostas; a IU é muito confusa e mal organizada, com menus e inventários demasiado grandes e mal distribuídos; a IA do jogo devia ser redenominada EA (Estupidez Artificial); e existem mais bugs em Farworld Pioneers do que carrapatos na Ribeira do Sado, incluindo tudo desde edifícios por construir que não desaparecem após cancelados, NPC erráticos, coisas eliminadas do jogo sem razão aparente, erros de programação para a colisão de objetos em que estes caem pelo mapa abaixo até às profundezas do infinito, e muito mais.

Também não fiquei fã do design dos níveis e achei tudo muito amontoado, com demasiadas coisas em espaço insuficiente.

Termino este capítulo em nota positiva ao referir que até gostei da construção. Com alguma paciência (e capacidade de ignorar bugs), até dá para construir umas coisas engraçadas e dar largas à imaginação.

Menus pouco apelativos.

Gráficos e som de Farworld Pioneers

Este não pretende ser um campo de destaque de Farworld Pioneers. Posto isto, daria nota neutra a ambos por não me impressionarem pela positiva ou pela negativa. Gráficos 2D píxel em plataformas, com banda sonora a emular os títulos antigos do MS DOS. Já vi melhor, mas também já vi pior.

Arte píxel.

Postas de pescada e um par de botas

Tenho de mencionar que não experimentei o jogo em co-op nem em PvP, dois modos que a distribuidora faz questão de referir fazerem Farworld Pioneers brilhar, de modo que estes aspetos não estão considerados nesta análise. Porém, nesta altura do campeonato, não dou grande crédito ao que a tinyBuild promove para este título.

Resumindo: tal como em diversos outros títulos que já analisei aqui, Farworld Pioneers é um jogo lançado em acesso antecipado, mas que devia ter ficado no forno durante, pelo menos, mais uns meses, parecendo-me óbvio que a vertente de controlo de qualidade foi completamente descurada neste projeto. Com muito amor e muito trabalho, este pode vir a tornar-se um jogo tão bom, ou melhor, que as suas referências Terraria e Starbound (para mim, Rimworld está noutro universo completamente diferente, ocupando um lugar especial no meu panteão de melhores jogos de sempre, e não é minimamente comparável com qualquer um dos outros). No entanto, por agora, é o que é.

+++

Potencial geral do jogo e construção de edifícios.

Má aplicação das ideias e um enxame intransponível de bugs.

Menus demasiado grandes.

Classificação: 4/10

Parece ser norma atual lançar um jogo com um conceito extremamente apelativo, mas com uma execução terrível, com a promessa de que daqui a uns tempos é que vai estar no ponto. Perguntem-me novamente daqui a uns 2 ou 3 anos se Farworld Pioneers é um bom jogo, porque agora teria de dar uma resposta pouco simpática.

Os 14,79 € pedidos por Farworld Pioneers no Steam seriam justos, ou até simpáticos, para o que o jogo promete. No estado em que está, diria que pedem uns 14 ou 15 euros acima do preço ideal.

Para terminar, fica a dica indispensável: para quê construir portas quando temos o nosso Buddy, que é tão burro quanto uma.

Plataforma testada: PC

Trailer de Farworld Pioneers:

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