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Análise jogos: Rimworld – Biotech

O mais recente DLC do mais célebre colony builder de sempre promete ser o mais revolucionário até agora. Será mesmo? O Central Comics decidiu pôr Rimworld – Biotech à prova!

Rimworld

Rimworld é um colony builder de simulação com uma narrativa definida por inteligência artificial, que cria histórias ao simular psicologia, ecologia, combate, clima, biomas, diplomacia, relações interpessoais, arte, medicina, comércio e muito mais.

Em Rimworld, assumimos o controlo de uma colónia num planeta distante, em que temos de fazer tudo o que for possível para sobreviver e conseguir fugir numa nave espacial… se assim o desejarmos, porque, na realidade, podes fazer absolutamente tudo o que quiseres!

Desenvolvido pela Ludeon Studios, que lançou o jogo base em 2018, chegou-nos no final de outubro o terceiro DLC daquele que é considerado por muitas pessoas o melhor colony builder de todos os tempos: Rimworld – Biotech.

Rimworld

Rimworld

Permitam-me que comece já com uma pequena confissão: costumo dizer que não tenho um jogo favorito e sim uma lista restrita de cerca de 10 favoritos Rimworld faz definitivamente parte desta lista e não me consigo lembrar de num outro título que prefira a este. Não existindo ainda uma análise a Rimworld feita pelo Central Comics, vou falar-vos um pouco do jogo base (vanilla) antes de avançar para a análise do DLC, Biotech.

Rimworld é, de facto, considerado por muitos como o melhor colony builder de sempre e, como já repararam, eu incluo-me nesta lista. Mas Tynen Sylvester, o emblemático líder da Ludeon Studios e criador de Rimworld, não apresenta o jogo como um colony builder, e sim como um gerador de histórias, e eu concordo completamente com esta descrição.

Em Rimworld, criamos laços quase humanos com os nossos colonos e até com os seus animais de estimação. Os colonos são todos distintos e singulares, verdadeiros indivíduos. Cada um tem as suas próprias características e personalidade que temos de gerir e aproveitar em cenários e ambientes controlados por uma de três (na versão vanilla) inteligências artificiais que nos colocam em situações que vão desde o alucinante até ao comovente, incluindo casamentos entre os colonos, festas, discussões, ataques de tribos inimigas, invasões de robôs assassinos, infestações de insetos gigantes sedentos de sangue, pragas e pestes, tempestades, bandos de golden retrievers assassinos (sim, leram bem – e isto nem é o mais alucinante), etc.

Enfim, as possibilidades em Rimworld são praticamente infinitas e cada jogo é uma experiência única e uma história nova que vivemos, mesmo quando perdemos. Aliás, perder é um dos principais destaques do jogo. Não sendo o lema ‘Loosing is Fun’ propriamente novo (popularizado por Dwarf Fortress, que, já agora, tem uma nova versão a ser lançada em breve e que promete destronar Rimworld), este jogo é-lhe completamente fiel e posso confirmar que perder é mesmo muito divertido neste jogo. Porquê? Bem, lá está: porque o importante é a história que compomos e vivemos.

Com mais de 400 horas (!) neste título, lembro-me do meu primeiro jogo de Rimworld como se tivesse sido ontem. Lembro-me de um herói chamado Souta que resistiu quando todos os outros colonos morreram, embora tivesse de lhe ter colocado braços e pernas artificiais após tantos combates; lembro-me de Fluffy, uma burra de estimação que se afeiçoou tanto aos colonos que era sempre a primeira a sair para a defesa contra inimigos e, mesmo sem as quatro patas, perdidas numa explosão, ela deu à luz dezenas de burrinhos que continuaram a sua linhagem (e muitos foram usados para fazer sandes e sopas de burro);

já neste meu último jogo, perdi o primeiro bebé da colónia para um grupo de golden retrievers raivosos (os tais), porque me esqueci de a proibir de ir para a zona de conflito. Enfim, é como disse: as possibilidades são infinitas e as histórias que se criam são incrivelmente pessoais. De mencionar ainda que Rimworld conta com uma das maiores comunidades de modders na indústria dos videojogos, sendo possível acrescentar conteúdo quase infinito ao jogo com centenas de mods disponíveis.

Rimworld

Rimworld – Biotech

Passemos então a Rimworld – Biotech. Após o sucesso moderado do DLC Royalty e do êxito estrondoso do DLC Ideology, chega-nos agora Biotech. E que novidades nos oferece este novo conteúdo. A meu ver, além de pequenos ajustes à jogabilidade, as principais e mais interessantes são:

  • Os dois novos tipos de fação que proporcionam uma jogabilidade muito diferente ao clássico. Agora, além de humanos normais ou melhorados com poderes psíquicos, podemos ser ‘sangófanos’ uma espécie de vampiros imortais bebedores de sangue e superpoderosos ou ‘mecanizadores’, um humano com o poder de controlar um exército de máquinas capazes de dominar o mundo;
  • Crianças. Até agora, não era possível ter filhos nem existiam crianças na versão vanilla de Rimworld, até porque que este é um mundo implacável e cruel e não foi pensado para esta vertente humana. Mas este novo componente vem agora acrescentar toda uma nova profundidade emocional que põe à prova até o mais frio dos seres humanos. Lembrem-se de que não estamos a falar de Sims. Em Rimworld, tudo, mas absolutamente tudo, pode matar-nos. Cuidar de uma criança e educá-la não é mesmo como limpar o rabinho a bebés.
  • Genética. Já existiam poderes psíquicos em Rimworld (introduzidos com Royalty), mas, agora, temos a capacidade de alterar os nossos colonos geneticamente para lhes conferir os traços que desejarmos, sejam de personalidade (como ser otimista, inteligente ou malcriado) ou físicos (como ser forte, correr mais rápido, cuspir fogo ou ter orelhas e nariz de porco).
  • Poluição. Além de tudo o que já tínhamos de controlar em Rimworld (comida, temperatura, defesas, conforto, estado de espírito dos colonos, energia, produção, etc.), temos agora outro aspeto a ter em conta: poluição. Existem vários componentes em Biotech que geram poluição, e temos de lidar com esta para não sofrermos consequências nefastas.
Rimworld

+ + +

Todas as novidades de Rimworld – Biotech são excelentes, divertidas, significativas, profundas e encaixam-se na perfeição ao jogo. Voltei a mergulhar num mundo que recordo sempre com nostalgia e descobri mecânicas novas, vivi aventuras inéditas e só minhas, e diverti-me como só em Rimworld é possível.

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Não existe nada que possa apontar negativamente a Rimworld – Biotech, exceto, talvez, o preço: 24,49 €. A Ludeon nunca se retraiu de aproveitar e capitalizar sobre o sucesso do jogo. Não lhes podemos levar a mal, já que se há jogo que merece um preço superior, esse jogo é mesmo Rimworld. Não quero que me entendam mal este é um preço adequado e justo para Rimworld – Biotech, mas custa-me sempre mais um bocadinho pagar mais de 10 € por um DLC, especialmente com milhentos mods disponíveis gratuitamente.

Rimworld

Classificação Rimworld – Biotech: 9 (9,9)/10

Classifico o DLC Rimworld – Biotech com um 9 redondo. Mas visto não haver ainda classificação para a versão vanilla de Rimworld no Central Comics, classifico-a com um 9,9. Há tanto para contar sobre Rimworld, mas o melhor é mesmo experimentar pessoalmente e viver histórias que são só nossas, já que nenhuma experiência em Rimworld é idêntica. E vocês, têm alguma história curiosa que já tenham vivido em Rimworld? Se não têm, vão criá-la, já que não sabem o que estão a perder!

Para terminar, fica a dica indispensável: morrer é perder, mas perder é aprender, e aprender é viver. Cada história é única em Rimworld, e cada vez que acabam uma, começam a próxima a saber mais e a perder menos.

Trailer Rimworld:

Trailer Rimworld – Biotech:

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