Análise BD: A Turma da Mónica – Laços

Numa acção inesperada e corajosa, a editora A Seita lançou o romance gráfico “Turma da Mónica – Laços”, que nos traz as adoradas personagens de Maurício de Sousa pela primeira vez em português de Portugal.

O cão de estimação do Cebolinha desapareceu!!!

Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali unem esforços para encontrá-lo, e daqui a aventura começa e os laços de amizade entre eles demonstram ser fortes.

Os irmãos Vitor e Lu Cafaggi, conseguem pegar nos personagens clássicos do icónico Maurício de Souza e fazem uma aventura emotiva, cheia de perigos e muita criatividade.

Irá desfrutar muito desta leitura, quem leu na sua infância “A turma da Mónica”, pois irá reconhecer os vários personagens saudosos desse tempo das revistas de papel que se encontravam nos quiosques e que na verdade ainda hoje se podem encontrar cá em Portugal.

Apesar do sucesso maior ter sido no Brasil, estas personagens são bem conhecidas cá.

O que podemos esperar?

A história é bem simples e descontraída, onde o leitor atento poderá encontrar as diversas homenagens aos personagens bem marcantes e sem dúvida memoráveis.

A arte é muito bonita e tem um traço que me faz lembrar um pouco o “manga”, mas que se distingue na leveza das cores e no excelente design gráfico das personagens. Entre tons de pastel e cores mais digitais a lembrar os filmes da Pixar, os cenários e o visual são fantásticos e contemporâneos.

Os cenários, aliás, trazem-nos vinhetas com cores esmorecidas quando nos quer mostrar recordações antigas do Cebolinha, e cores bem vivas e quentes onde decorre mais ação atual entre os nossos pequenos heróis.  Os laços, mostram-se bem a partir do momento que percebemos que estes personagens se conheceram desde tenra idade no seu bairro e na sua vizinhança.

Estes só se reforçaram com o passar da idade, na evolução da amizade e união entre eles. Temos então a Mónica que é sempre a mais corajosa e assertiva, o Cebolinha imaginativo com os seus planos mirabolantes, o criativo Cascão e Magali que faz a alma do grupo com a sua tranquilidade, serenidade e paz.

A inocência das crianças está bem presente em toda a obra e o espírito de aventura e de explorar o desconhecido ajudando o amigo faz a pureza desta banda desenhada.

Os detalhes

Há certos pormenores que não são colocados ao acaso; ver como estas crianças lidam com o confronto ou bullying por outras crianças do parque ou ver como eles se sentem indignados ao ver um adulto maltratar animais são situações que marcam certamente esta aventura e que dão uma avaliação positiva ao comportamento exemplar desta turma de amigos para a vida.

Por sua vez, Floquinho, o cãozinho do Cebolinha é também o ponto fulcral de ligação e o laço que une todos, daí o título ser muito bem escolhido pelos autores.

Por fim…

Em suma, temos uma boa homenagem dos irmãos Cafaggi para estes adoráveis personagens, caso para dizer que não foram “cafagestes” ehehe…, foram sim muito respeitosos para com este clássico da banda desenhada brasileira.

Felicito a editora A Seita por trazer esta primeira Graphic MSP em formato 196*281*12mm em capa dura com 80 páginas numa boa edição e encadernação.

Acrescento para os interessados que podem também ver esta mesma história num filme brasileiro de 2019 do diretor Daniel Resende com o próprio Maurício de Souza a contracenar com os actores que fazem as crianças do elenco e onde constam ainda nomes célebres como Rodrigo Santoro e Paulo Vilhena.

Esperam-se mais aventuras…