MICAR ’22: o regresso do cinema anti racista
MICAR – Mostra Internacional de Cinema Anti Racista é a única mostra de cinema do género em Portugal e regressa ao Porto a 7, 8 e 9 de outubro.
O evento é promovido pelo SOS Racismo com apoio da Câmara Municipal do Porto e Teatro Municipal Rivoli e, ao longo das 8 edições consecutivas, com o suporte de diversos parceiros institucionais.
Durante os três dias do evento são exibidas obras cinematográficas que focam a temática do racismo, da imigração e das minorias étnicas; várias sessões são complementadas por um debate sobre o tema abordado, para os quais contamos com alguns convidados especiais.
O Porto tem tradição de festivais de cinema de qualidade. A organização junta o melhor dos diversos públicos, para debater a questão do racismo na sociedade e promover o acesso dos cidadãos e cidadãs aos espaços culturais da cidade.
Todos os filmes e eventos têm entrada gratuita.
Este ano, a MICAR propõe-se a questionar o centro, a abrir buracos nas suas fronteiras, mostrar a violência e o racismo de que são feitas; a ajudar-nos a confrontar o centro, os seus discursos e as racionalizações das desigualdades que propagam, tornar visível o privilégio e a exploração que os mantêm em pé; e a impelir-nos a abrir o espaço da fronteira ao reconhecimento, reparação e afirmação das periferias, a criar um espaço de diálogo e possibilidade política, de expressão, de colaboração, de ação transfronteiriça, por uma sociedade mais justa e mais igual.
O programa da MICAR inclui, na manhã de dia 7, sessões para o público mais jovem, com os filmes Dúdú e o lápis cor da pele, de Miguel Rodrigues, Migrants, de H. Caby, L. Lermytte, Z. Devise, A. Dupriez, A. Kubiak, Senhelo Calhim, de CCDEA – UCP e Flee – Fuga, de Jonas Poher Rasmussen.
Ainda na sexta-feira, pelas 18h15, terá lugar uma homenagem a Sidney Poitier, com a exibição do filme Adivinha quem vem jantar, de Stanley Kramer.
Pelas 21h15, acontece a sessão de abertura com a projecção de Alcindo, de Miguel Dores, seguido de debate com o realizador.
Já no sábado, a MICAR começará pelas 15h15 com uma sessão para as famílias, exibindo Mur Murs, de Agnès Varda, seguindo-se, pelas 17h15, Distopia, de Tiago Afonso, com um debate no final que reunirá o realizador e Rita Alves. Às 19h15, Pedro Neves irá apresentar o seu filme Tarrafal e, às 21h15, será exibido Espero tua (Re)Volta, de Eliza Capai, com conversa com Luca Argel no final.
No domingo, a MICAR reabrirá as portas às 15h15 com a sessão de curtas, que inclui The Wait, de Nayeem Mahbub, Jamaika, de José Sarmento Matos, e Meeting the Man: James Baldwin in Paris, de Terence Dixon.
Às 17h15, passará o filme Nós viemos, de José Vieira, ao qual se seguirá um debate com a organização Humans Before Borders. Fordlândia Malaise é a obra cinematográfica agendada para as 19h15. A sua realizadora, Susana de Sousa Dias, estará presente para um debate com o público. A sessão de encerramento da MICAR ocorrerá pelas 21h15, com o filme Soleil Ô, de Med Hondo.
A MICAR contará também uma exposição de André Carrilho.
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.