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Jogos: Doki Monsters: Quest – Análise

Doki Monsters: Quest é um RPG nostálgico de captura de monstros que evoca a era da Game Boy Color, ao mesmo tempo que moderniza discretamente todos os sistemas que outrora nos frustravam.

Doki Monsters: Quest

Jogo: Doki Monsters: Quest
Disponível para: PC, Nintendo Switch
Versão testada: Nintendo Switch
Desenvolvedora: Yanako RPGs
Editora: RedDeer.Games

Doki Monsters: Quest

Doki Monsters: Quest assume orgulhosamente as suas influências, e essa é precisamente a sua maior força. Trata-se de um projecto que começou de forma modesta no Kickstarter, em 2022, e amadureceu até se tornar num lançamento surpreendentemente confiante.

Na sua essência, Doki Monsters: Quest é um RPG portátil do final dos anos 90. Os visuais em 8 bits emulam deliberadamente a Game Boy Color, mas o jogo nunca parece datado. Um cenário pós-apocalíptico, desencadeado pelo impacto de um cometa que dizimou a maior parte da humanidade, acrescenta um peso narrativo inesperado. Humanos e monstros coexistem agora de forma tensa e, na pele de um Monster Ranger, o jogador é lançado numa história que começa de forma intimista, o desaparecimento de um amigo de infância, e evolui gradualmente para algo muito mais sinistro. O mundo é vasto, com mais de 15 cidades, além de mares, cavernas, santuários e inúmeros incentivos para se desviar do caminho principal.

Doki Monsters: Quest

A recolha de monstros é onde o design realmente brilha. Com mais de 140 criaturas e sete variantes de cor por monstro, o elenco é profundo sem se tornar avassalador. O sistema de atributos AP/EP permite uma personalização granular da progressão, enquanto a gestão de movimentos é refrescantemente fluida, sem tutores, sem barreiras artificiais, apenas decisões de interface inteligentes. O jogo respeita o tempo do jogador, e isso faz toda a diferença.

O combate mantém a estrutura por turnos, mas é significativamente elevado por funcionalidades modernas de qualidade de vida. Aceleração de batalhas, teletransporte imediato para casa, opções de partilha de EXP e indicadores claros de eficácia de tipos eliminam grind desnecessário sem comprometer a estratégia. Junte-se a isto a pesca, missões secundárias e um registo de missões surpreendentemente robusto, e o ciclo de jogo mantém-se envolvente muito para além das primeiras horas.

Tecnicamente, o jogo é compacto e polido. Transições instantâneas, múltiplos slots de gravação, paletas retro personalizáveis e um sistema duplo de banda sonora, chiptune ou piano, demonstram um cuidado assinalável nos valores de produção.

Doki Monsters: Quest

Resta concluir que Doki Monsters: Quest não reinventa o género. Aperfeiçoa-o. E, por vezes, o aperfeiçoamento é exatamente aquilo que os fãs procuram.

Nota: 8/10

António Moura

Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.

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