Jogos: Análises com muita acção e a magia do cinema no PC
Hoje trazemos-vos uma grande ronda de análises de videojogos, todos disponíveis no PC, incluindo GHOSTWARE: Arena of the Dead, Moviehouse – The Film Studio Tycoon, Supplice, Wall World e Get To The Orange Door.
GHOSTWARE: Arena of the Dead
No universo de jogos dentro dos first-person-shooters, há propostas alternativas que visam oferecer uma perspectiva alterada sobre o próprio género, e GHOSTWARE: Arena of the Dead é definitivamente um desses jogos.
Aqui, vestimos de Molly, uma mulher guerreira que se vê encurralada num shooter em arenas, junto mais mais cinco almas. Mas há algo de muito errado. Pela história rica em detalhes, alguns mais relevantes que outros, GHOSTWARE: Arena of the Dead é um misto entre homenagem e paródia dos clássicos como Unreal Tournament ou Quake, que revolucionaram o género com os seus modos competitivos, diferentes dos outros que seguiam uma linha narrativa tradicional. Mas aqui o jogo subverte algumas das expectativas e aplica-os no seu universo cyberpunk e muito obscuro.

Isto é algo que GHOSTWARE: Arena of the Dead faz relativamente bem. Não inventa a pólvora, mas explora os conceitos básicos e faz deles algo muito mais próximo da sua personalidade, com uma variedade aceitável de armas e mapas para explorar, como também personagens para defrontar.
Ainda em regime de Early Access, estão abertas todas as possibilidades para expandir todos os aspectos intricos de GHOSTWARE: Arena of the Dead, desde uma continuação da sua história, como outras ideias que podem ser exploradas neste universo, levando-o para novos caminhos. Veremos como tudo se desenvolve!
Nota Final: 7/10
Moviehouse – The Film Studio Tycoon
Em 2005, a Lionhead Studios lançou o jogo The Movies, um simulador de gestão cinematográfica, que permitia os jogadores fazerem os seus próprios filmes virtuais, com algumas ferramentas que tornaram realidade de muitos cineastas aspirantes, enquanto que ao mesmo tempo foi um dos jogos fucrais para o movimento Machinima. Infelizmente, as vendas não justificaram um suporte extensivo do jogo, acabado por desaparecer e ficar na memória dos jogadores.
As coisas agora mudam com Moviehouse – The Film Studio Tycoon, um jogo que quer, de alguma forma, deixar os jogadores gerirem a sua própria produtora, contratando guionistas e realizadores, tratar da distribuição, e arranjar equipas para encontrarem locais novos; tudo com o objectivo de ser o maior estúdio de cinema do mundo.

Acontece que Moviehouse funciona muito à base de tentativa e erro, com uma linha de aprendizagem bastante agressiva se não soubermos o que estamos a fazer. É muito fácil gastarmos o orçamento todo em coisas que achamos que irá ser útil a longo prazo, mas o jogo tem a sua própria lógica que nem sempre é compatível com o senso comum.
Apesar disto, há muito para explorar em Moviehouse, sobretudo na forma que o jogo desafia-nos a encontrar soluções em como podemos ter mais sucesso nas nossas produções, através de várias opções, como festivais, investimentos e muitas outras. Por outro lado, eventualmente sente-se que uma certa repetitvdade uma vez dominado, com o caminho para o sucesso garantido mais tarde ou mais cedo.
Assim, Moviehouse – The Film Studio Tycoon é um grande passo em frente no que toca a jogos de gestão. Pode não ir tão a fundo quanto outros jogos dentro do género, mas promete várias horas de diversão cinemática.
Nota Final: 6/10
Supplice
Continuando o eterno revivalismo dos retro FPS, Supplice é um jogo justamente inspirado pela comunidade de fãs de DOOM, que passavam horas a desenvolver os seus próprios mapas e expansões não oficiais, dando uma longa vida aos jogos originais, de forma dedicada.
Tudo o que poderíamos pedir de um retro-FPS à-lá-DOOM está presente, desde um arsenal de armas extensivo, a vários exércitos de inimigos para derrotar, juntamente com mapas enormes, repletos de segredos para serem explorados; tudo a som de uma das maiores e mais intensas bandas sonoras que já se ouviu num jogo do género.

É fácil apaixonarmos-nos por tudo o que Supplice o nos oferece: horas de matança, muitos tiroteios e caminhos para explorar. É algo que faz de forma relativamente equilibrada, por vezes forçando-nos a encontrar a melhor forma de ultrapassar um determinado local, recorrendo ao nosso mapa. Mas a maioria do tempo é, sem dúvida, passada a dar tiros atrás de tiros, e a sobreviver ao caos. Os mapas acabam por ser densos e requerem algum tempo e dedicação, para aqueles que gostam de andar à procura de segredos pelos cantos.
Igualmente em Early Access, o jogo tem muito potencial a ser explorado, considerando que a nível gráfico e ritmo, já tem muitos destes aspectos bastante bem desenvolvidos, abrindo as portas a mais mapas e mais inimigos, tudo em prol da acção pura e dura.
Nota Final: 8.5/10
Wall World
Continuando a vertente retro, mas doutro género, Wall World coloca-nos numa aranha robô e põe-nos no caminho de explorar vastos mundos, em busca de recursos, enquanto defendemos-nos de inimigos chatos que só querem impedir a nossa missão.
No meio disto estão horas após horas de muito jogo, misturando roguelite com defesa de torres, dando nos infínimas possibilidades para explorar e coleccionar, com as experiências a serem muito diferentes entre elas. Isto faz com que todos os regressos ao jogo tragam algo de único entre eles.

A simplicidade na abordagem permite que o jogador desenvolva uma espécie de hábito saudável e divertido para ir explorar “só mais um mapa”, desbloqueando novas ferramentas e recursos importantes que tornam a próxima experiência melhor, duma forma ou doutra, deixando-nos ansiosos sempre pela próxima sessão de jogo. É muito fácil perdermos-nos quando o prazer da jogabilidade se junta com a simplicidade da abordagem, com experiências diferenciadas a cada novo começo.
Assim, Wall World oferece-nos um jogo com muito para explorar, e muitas horas de diversão, com níveis diferentes e complexos, que existem apenas para o nosso entretenimento. Vale a pena viciar!
Nota Final: 8/10
GTTOD: Get To The Orange Door
Enquanto que alguns retro-shooters prestam homenagem aos jogos do passado, outros tentam criar a sua identidade reinventando com alguns dos seus elementos preferidos. Este é o caso de GTTOD: Get To The Orange Door, um first-person-shooter intenso, com um look retro-futurista e com muita acção.
Misturando elementos de shooters e parkour, é frequente desafiarmos a gravidade enquanto eliminamos inimigos de forma agressiva e com muito estilo.
Desenvolvido por Andrew Smith, o jogo está em Early Access, e oferece algumas opções de jogo com um objectivo muito bem definido: eliminar inimigos e chegar à porta laranja.

É possível que o mesmo ainda não tenha atingido o pico de conteúdo que nos faz voltar com frequência ao jogo, podendo se tornar relativamente repetitivo ao fim de algumas sessões, mesmo com mapas diferentes. Os seus visuais, ainda que fantásticos, também são básicos, acabando por fazer tudo parecer igual.
Por outro lado, é impossível negar o quão divertido é simplesmente deixar-nos ir e andar aos tiros com tudo e todos que nos apareça à frente, enquanto dominamos uma jogabilidade rica de detalhes e que nos implora a tornarmos nos mestres deste universo neon.
Assim: GTTOD: Get To The Orange Door estabelece desde já uma base muito sólida, mas deixa muito espaço para melhoria, podendo a qualquer momento esta jornada tornar-se mais emocionante.
Nota Final: 7/10
O Central Comics agradece às editoras e distribuidoras.
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.