Jogos: Análise – Robocop: Rogue City
Robocop é uma das maiores e mais celebradas sagas dos anos 80, tendo recebido múltiplas entradas no cinema, televisão e videojogos. O reboot de 2014 pode não ter feito qualquer tipo de onda, sendo ainda hoje bastante ignorado, mas a polícia-robô mais famoso do mundo continua a receber um carinho de um certo grupo de seguidores fiéis. É por isso que Robocop: Rogue City é capaz de ser um dos jogos mais importantes para a ressuscitação da saga junto a novos públicos, já disponível para consolas e PC.
Da mesma equipa responsável por Terminator: Resistence – que passou relativamente despercebido, mas quem o descobriu, teve a oportunidade de ver o universo com outros olhos – estamos perante um jogo que narrativamente se coloca entre o segundo e terceiro filme, perfeito para convencer até os fãs mais assíduos uma revisita às obras cinematográficas.
Tal como nos filmes, a história mais ou menos repete-se: A cidade de Detroit está prestes a sofrer um re-desenvolvimento da cidade por parte da OCP – Omini Consumer Products, tentando eliminar todo o crime. Para isso, Robocop está na linha da frente, e assim garantir que a nova ordem seja implementada. Naturalmente, nem tudo é o que parece, e assim as várias missões exploram os diversos aspectos que os filmes igualmente abordam, num formato mais interactivo.
Vestir a pele de Alex Murphy – que no jogo tem a icónica voz de Peter Weller, que regressa em grande – e sermos o Robocop, de todas as formas; desde dos movimentos limitados e robóticos, à nossa já conhecida pistola Auto-9, nunca a personagem foi tão bem representada num videojogo.
Enquanto que as missões tendem ser relativamente grandes, muitas delas com objectivos secundários, ao fim de algum tempo tendem a cair na repetição de explorar, apanhar todas as provas que vamos encontrando, cumprir com um objectivo aleatório que aparece envolvendo, ou não, bandidos, e prosseguir para a esquadra, onde teremos a nossa avaliação final, e mais umas tantas outras missões secundárias, perfeitas para obter mais pontos de experiência.
Esses pontos de experiência acabam por integrar dentro do lado RPG do jogo, onde Robocop vai encontrando placas de circuito, e respectivas peças, e personalizar a experiência consoante o nosso estilo de jogo. É um sistema semelhante ao de Cyberpunk 2077, mas muito menos complexo. Ainda assim, os ocasionais bugs, inclusive alguns que quebram a progressividade do jogo, acabam por dissolver alguma fé a meio da nossa jornada, podendo se tornar frustrante. Não obstante, muitos acabam por ser ultrapassados após um reinício do jogo.
Com isto, o jogo oferece várias horas dentro do universo de Robocop, onde podemos viver de uma forma fiel quaisquer fantasias que poderíamos ter em ser a personagem, combatendo o crime, e a conspiração da OCP. O facto de nos juntarmos a personagens já conhecidas da série, como a agente Anne Lewis, ou a repórter Casey Wong, permite que a experiência seja autêntica e imersiva em vários pontos.
Nota Final: 7.5/10
Robocop: Rogue City está disponível para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.