Jogos: Análise – Ninja Gaiden 4
A série Ninja Gaiden celebra quase quatro décadas de existência, com uma estreia inicial em 1988, com um lançamento nos salões de jogos e na NES. O reboot em 2004 deu uma nova vida, no que era na altura uma das grandes parcerias com a Microsoft e a Xbox. Seguiram-se mais duas sequelas em 2008 e 2012, como também a reputação de ser dos jogos mais desafiantes dos seus respectivos anos. Treze anos depois, chega finalmente Ninja Gaiden 4, que de alguma forma rejuvenesce a série, enquanto abre portas para um público totalmente novo.
A história de Ninja Gaiden 4 gira em torno de Yakumo, um jovem ninja do Clã Raven, num Tóquio futurista completamente amaldiçoado pela presença do Dragão Negro, que lança veneno sobre a cidade e desencadeia o caos sobrenatural. A missão inicial de Yakumo é assassinar Seori, a Sacerdotisa do Dragão, cujo sacrifício é considerado a única forma de purificar a influência do Dragão Negro. No entanto, ele rapidamente se alia a ela, levando a uma jornada para garantir e quebrar selos místicos para acabar com a maldição de uma vez por todas. O regresso de Ryu Hayabusa também está garantida, com uma participação igualmente importante na narrativa e em Yakumo, na sua missão de salvar o mundo.
Ainda que seja uma sequela directa, estamos perante um jogo cuja jogabilidade abre portas para novos jogadores, onde o combate rápido e fluído é também ele muito intenso. Os inimigos não facilitam, nem um bocadinho – mesmo nas dificuldades mais baixas – adicionado uma camada de estratégia onde fiarmo-nos sempre no mesmo não ajuda. Existem de igual forma outras definições de acessibilidade, como fazer lock-on aos inimigos, que em muito ajudam a tornar o jogo mais confortável sem dispender do desafio.
Da mesma forma, os vários combates de bosses são os derradeiros testes a tudo que vamos aprendendo e gerindo ao longo dos vários níveis, tornando-se altamente satisfatórios, com a sua abordagem dura mas justa. Não é qualquer combinação ou sequer ideias aleatórias que darão de imediato vitória, optando por premiar o jogador mais atento e dedicado, tendo este que recorrer ao seu conhecimento para derrotar até os mais resistentes bosses.
Ainda que a narrativa que conduz a obra não seja o seu ponto mais forte, é suficientemente interessante para apreciarmos os gráficos e o talento das vozes das personagens, que têm como fundo um Tókio ao bom estilo cyberpunk, onde as luzes neon fundem-se com uma cidade repleta de perigos, e que combinam muito bem com o sangue dos que fazemos cair. O jogo corre perfeitamente na Xbox Series X, mantendo os seus 60fps de forma consistente e que são um absoluto mimo para os fãs do género.
Assim, Ninja Gaiden 4 é uma entrada muito bem-vinda, que receberá muitos novos jogadores à popular série, enquanto continua a deixar felizes fãs de longa data; contendo tudo o que se poderia esperar e muito mais. Acima de tudo, esta pausa de pouco mais de uma década permitiu que Ninja Gaiden se tornasse numa experiência mais aberta e inclusiva, sem renegar aqueles que desde do inicio apoiaram a série.
Nota Final: 8/10
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.



