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Cinema: Crítica – A Vingança de Lizzie Borden (2018)

Chlöe Sevigny e Kristen Stewart reúnem-se com uma incrível química num thriller psicológico. A Vingança de Lizzie Borden decorre no século XIX mas aborda temas altamente importantes para a sociedade atual. Estreia a 22 de novembro nos cinemas.

Num filme em que a revelação do terceiro ato faz parte do seu marketing terá de se obter um espantoso desenvolvimento da sua narrativa e uma forte química entre as suas personagens. A Vingança de Lizzie Borde é um thriller psicológico que decorre no século XIX e conta a suposta história verídica do assassinato da família Borden. Quem cometeu o crime tão cruel? Terá sido a nossa protagonista Lizzie (Chlöe Sevigny)? Ou a sua leal empregada Bridget (Kristen Stewart)? Terá a família de Lizzie merecido o ocorrido? Eis as grandes questões que serão reveladas de um modo surpreendente e provocantes no seu decorrer.

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O filme é realizado Craig Williams Macneill, cujo realizou recentemente um episódio da série Sabrina do Netflix, e escrito por Bryce Kass. Lizzie, a descendente mais nova da família Borden, é o centro desta história, uma mulher que vive contra o regime autoritário do seu pai e olhada de lado pela sociedade devido às suas filosofias vanguardistas. Apesar dos defeitos e desprezo que recebe constantemente, continua a ser uma mulher determinada com motivações literárias e políticas. Ao conhecer a sua nova empregada, Bridget, interpretada por Kristen Stewart, tem a oportunidade de expressar as suas emoções verdadeiras e explorar novas ideias, por vezes, românticas, que nunca são apressadas pelo argumento e conseguem tornar-se emocionantes e credíveis, dando a oportunidade de criticar pensamentos antiquados de uma civilização considerada intelectual.

Este bom desenvolvimento deve-se sobretudo à grande química entre as duas atrizes que possuem o maior tempo de ecrã e interação. Deste modo, Bridget apesar de não ser da família central da história, também é alvo das horrendas ações do pai de Lizzie, fortalecendo as ideias feministas do filme e acentuando o desprezo do espetador perante as figuras autoritárias do enredo.

Um dos pontos negativos será essencialmente a figura de John, não pela sua performance que é bem interpretada por Denis O’Hare, mas pelo que modo como introduz interesses financeiros nesta família e são rapidamente desvanecidos. Este desparecimento é de facto manipulado por Lizzie, no entanto, some de um modo pouco natural e fornece a sensação que será continuado na conclusão do caso jurídico contra a protagonista, o qual não acontece. Por consequência, o fim torna-se satisfatório e foge à previsibilidade, tanto na relação entre as duas personagens femininas como no caso criminal contra Lizzie.

Deste modo, todas as cenas são encaminhadas para a extraordinária grande cena do filme que está executada de um brilhante modo. Inicialmente, os gritos e rosto de Lizzie são exibidos após encontrar os seus pais mortos, aliás completamente chacinados, o que nos transmite uma sensação desconhecida de quem cometeu este crime. De seguida, observamos o homicídio a ocorrer de um modo lento e compreendemos a dificuldade de tal acto e quem está por trás do mesmo. A filmagem destas cenas é execional, combinando a técnica de panorâmica, travelling e plano-sequência com as brilhantes interpretações do elenco, chegando a tornar-se verdadeiramente gráfico e comovente.

A Vingança de Lizzie Borden demonstra as extraordinária capacidade de Chlöe Sevigny e Kristen Stewart em manter-nos fascinados por uma história dramática e personagens vulneráveis.

  • A Vingança de Lizzie Borden estreia a 22 de setembro 2018 nos cinemas.

7/10

Tiago Ferreira

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