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Cinema: Crítica – Uma Nação, Um Rei (2019)

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Que poder tem um povo perante a figura do rei?  Presenciem a Revolução Francesa e o nascer da República em “Uma Nação, Um Rei”. Estreia a 21 de março nos cinemas.

Uma Nação, Um Rei, escrito e realizado por Pierre Schoeller, reconta a história verídica desde a Tomada da Bastilha, a 14 de julho de 1789, cujo dia é atualmente um feriado nacional, até à queda do rei Luís XVI e implantação da República, em 1792. A luta do povo por uma voz entre os membros da nobreza é um dos maiores focos desta revolução, onde homens e mulheres combateram diariamente pelos seus direitos como cidadãos.

É uma obra que transmite eficientemente o terror da população numa época em que a sua voz era quase nula. A persistência contínua forçou os superiores a temerem pelas suas decisões e abandonarem ou modificarem os seus cargos. O grande foco da história é assim A Revolução, A República e o país, França. Todavia, isto origina problemas no desenvolvimento da narrativa e as suas personagens. O argumento supõe desde o início que o espetador já possui uma ligação emocional com os protagonistas e fornece-lhes pouco tempo de ecrã, focando-se sobretudo em oferecer uma aula de História Francesa em vez de fundamentar personagens que estão dentro deste acontecimento.

Em contrapartida, o elenco é de facto excecional com nomes como Gaspard Ulliel (Um Longo Domingo de Noivado), Adèle Haenel que formam o casal protagonista ou Laurent Lafitte (Elle), cujo interpreta o papel de Rei Luís XVI, no entanto, especialmente nos primeiros mencionados, não existe um desenvolvimento credível o suficiente para sentirmos a sua paixão ou maturidade das suas ações passadas. Isto ocorre devido ao avanço temporal consistente que o filme possui de modo a iniciar-se na Tomada da Bastilha e a concluir na criação da República.

Existe uma explicação simples para este tipo de montagem, nomeadamente a vontade de fazer com que França seja o protagonista. No entanto, se existe a vontade de contratar atores excecionais então o argumento deve cumprir o objetivo de oferecer uma boa progressão às suas personagens. Por outro lado, o filme possui um nível técnico memorável com uma Direção de Fotografia notável e Direção de Arte recheada de um guarda-roupa e cenografia fiel à época.

Em suma, existe um esforço visível em recriar um dos acontecimentos mais marcantes da Humanidade, criando ainda alguma ligação com a voz das mulheres no mundo atual, no entanto, o argumento e direção confusos impedem esta obra de se tornar consistente.

  • Uma Nação, Um Rei estreia a 21 de março 2019 nos cinemas.

4/10

Tiago Ferreira

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