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Cinema: Crítica – Ralph vs Internet (2018)

Ralph e Vanellope são forçados a entrar no mundo da Internet para salvarem o jogo Sugar Rush. Novas descobertas irão possibilitar-lhes uma fantástica aventura mas pôr em causa a sua amizade. Ralph vs Internet estreia a 29 de novembro nos cinemas.

6 anos após os acontecimentos do primeiro filme estamos de regresso ao Arcade. Vanellop (Sarah Silverman) e Ralph (John C. Reilly) continuam fortes amigos e exploram constantemente os diferentes jogos disponíveis durante o tempo livre. Todavia, Vanellope está altamente aborrecida com o seu quotidiano no Sugar Rush pelo que Ralph decide criar-lhe uma estrada divertida e inesperada, no entanto, ao entrar nessa rota uma jogadora do mundo real força demasiado o volante da consola e arranca-o da mesma.

Entra aqui a premissa de Ralph vs Internet no qual os dois melhores amigos terão de ir ao único lugar disponível para recuperarem um volante novo para o jogo de Vanellope, o ebayou o eboy como o nosso adorável protagonista gosta de chamar. Contudo, existe um enorme problema, ambos são personagens de videojogos e não possuem qualquer tipo de dinheiro. Ao conhecerem Shank, interpretada por Gal Gadot (Mulher-Maravilha), num jogo de corridas de um mundo meio steampunk, descobrem o Buzztube e reencaminha-os para a chefe do mesmo, Yesss, que irá ajudar Ralph a tornar-se numa autêntica estrela viral da internet em 24 horas e salvar o jogo da sua melhor amiga.

Ralph vs Internet traz-nos uma sequela sólida que se complementa bem com o primeiro filme. A premissa do filme inicia-se novamente por culpa de Ralph, apesar desta vez ser involuntário, no entanto, a história em geral é precisamente acerca da amizade entre os dois. As novas descobertas pelo mundo da Internet revelam as inseguranças de cada um, Vanellope procura algo mais emocionante, longe do arcade, ao mesmo tempo que ambos não se querem afastar um do outro, possibilitando uma moral da história comovente e importante para todas as classes etárias. Isto resulta efetivamente devido à química extraordinária entre as duas personagens, atores e argumento que nos apresenta personalidades fortes que serão desenvolvidas no decorrer do filme.

Além dos dois protagonistas, Vanellope e Ralph, o filme contém as novas personagens já mencionadas que concebem cenas inovadoras, humorísticas e perigosas, desde uma perseguição empolgante pelo mundo de Shank, uma sátira inteligente ao Youtube (Buzztube) ou à perigosa “dark web“.  Todavia, os adoráveis amigos de Ralph que o acompanharam no primeiro filme, nomeadamente Felix e Calhoun, regressam e possibilitam-nos momentos divertidos acerca de parentalidade. Por fim, na extensa lista de personagens as adoráveis princesas da Disney também merecem a sua menção, dando voz a ideias críticas acerca da própria forma de narrativa do estúdio de animação, como a constante necessidade de cantarem enquanto olham para a água ou a motivação que têm para se tornar independentes. Deste modo, dá para compreender a dimensão das ideias do filme e originalidade do mesmo, não sendo somente um filme de referências mas sim algo para refletir.

Quanto à grande mensagem central, torna-se quase como um regresso aos clássicos da Disney que finalizavam com o intuito de ter algo para transmitir para além da história fantástica e inovadora apresentada. Os diálogos são por vezes demasiado forçados e certas cenas inserem personagens em sítios apropriados para as adversidades do enredo, no entanto, isto tudo está tudo construído de modo aos espetadores mais novos compreenderem as causas e consequências das suas ações e definir bem o significado das mesmas. Por consequência, falta a subtileza de introdução de ideias como no primeiro filme, mas a importância em passar uma mensagem forte continua presente.

Sob outra perspetiva, ao entrarmos na Internet numa obra criada pela Disney seria de esperar que as suas licenças também fossem introduzidas. Assim, Ralph e Vanellope exploram o Oh My Disney, com a ajuda do eficaz KnowMore – uma espécie de Google – recheando assim o ecrã de personagens da Marvel, Pixar, Disney e LucasFilms. Sem arruinar as surpresas, existirão cenas altamente divertidas e inesperadas de personagens populares nos seus momentos de bastidores e fama. Um simples teste de “Quem é a tua princesa melhor amiga da Disney?” poderá na verdade ser encenado pelas mesmas. Ou, fora da Disney, um simples gosto/coração num vídeo do Ralph pode ser forçado pela própria personagem ou um pop-up transportado pelas mãos de Vanellope. As referências são imensas e complementam-se sempre bem com o ambiente visual e narrativa do filme.

Ralph vs Internet é substancialmente o Inside Out da Internet. Um filme com uma química extraordinária entre os dois protagonistas que conta a importância da amizade no crescimento individual de cada um.

P.S. – Fiquem até ao fim dos créditos principais para uma surpresa divertida!

  • Ralph vs Internet estreia a 29 novembro 2018 nos cinemas.

7/10

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