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Cinema: Crítica – Homem-Aranha: No Universo Aranha (2018)

Preparem-se para uma das experiências visuais mais criativas na história do Cinema. Homem-Aranha: No Universo Aranha estreia a 13 de dezembro nos cinemas.

Das mãos de três realizadores, Bob Persichetti, Peter Ramsey, Rodney Rothman e seis argumentistas, chega-nos Homem-Aranha: No Universo Aranha num formato animado inovador. Miles Morales é um adolescente com dificuldade em adaptar-se à sua nova escola, filho de um polícia e sobrinho de um homem desorganizado, o Tio Aaron. Numa noite, decide ir conversar com o seu tio e expor os seus problemas juvenis, este convence-o a grafitar um dos seus novos desenhos num local radioativo e perigoso, mas longe das autoridades. É aqui que tudo começa. Uma bizarra aranha surge e dá uma pequena picada na mão de Miles ironicamente no momento em que este tirava uma fotografia ao seu desenho. Lembra-vos algo? Miles terá de aprender a confiar em si mesmo e que mais do que uma pessoa pode ser o símbolo do aranhiço. Com a ajuda dos seus novos amigos aranhas de dimensões alternativas, o protagonista terá de salvar a várias realidades do infalível plano do Wilson Fisk.

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Homem-Aranha: No Universo Aranha possuía o risco de se tornar numa autêntica desordem, no entanto, é executado de um modo altamente criativo, tanto na sua criação como no modo como aborda uma das personagens mais adoradas pelo mundo, o Homem-Aranha. Inicia-se assim com uma pequena apresentação de quem é o Homem-Aranha e uma quebra da quarta parede, que será constante ao longo do filme – “Vamos lá contar a minha história outra vez!” – Seguido de Peter Parker nos vários filmes de Sam Raimi e uma rápida explicação de quem é que oferece uma introdução a novos fãs e momentos hilariantes a seguidores fiéis. Ao encontrar-se com o grande protagonista, Miles Morales, o seu sentido aranha deteta um ser igual a si, no entanto, inconveniências impedem-lhes de saberem mais um sobre o outro.

É então que o grande plano do Sr. Fisk, em conjunto com Gatuno e restantes vilões, que não convêm mencionar para não arruinar a experiência, abrem um portal e vários aranhiços juntam-se à realidade de Miles. O Peter Parker, saído do Fantástico Homem-Aranha e de baixa forma, será o grande mentor do nosso protagonista e ensiná-lo a aumentar a sua autoestima enquanto melhora a de si mesmo. Tanto ele, como os restantes heróis, Gwen Stacy, Homem-Porco, Homem-Aranha Noir e Peni Parker têm eventualmente a sua devida apresentação sucinta e hilariante.

Porém, porque é que o filme é definido como altamente inovador? A partir do trailer poderão compreender o diferente estilo de animação que possui e que é constante em toda sua obra, sendo essencialmente uma banda desenhada animada com os balões de diálogo ou pensamento e uma frame rate abaixo do normal. Além disto, as mudanças de cor determinam o ambiente da cena enquadrada e a colocação de linhas de som e movimento realçam as ações e emoções das personagens, tornando-se hilariante ou assustador quando necessário. Ironicamente, o nosso protagonista, Miles Morales, tem uma enorme paixão pela arte numa obra visualmente impressionante.

Contudo, a criatividade não se limita à animação, pois o argumento e edição conseguem elevar o filme para um nível excecional de modo a realçar de onde provém a história original. Assim, cria-se várias vezes uma visão externa da história ou sub-histórias a decorrerem, mais precisamente, as bandas desenhadas são realmente expostas no ecrã, sejam as de Miles ou dos restantes aranhas. Além disto, o protagonista está de certo modo consciente que está dentro de uma história, não da mesma forma que Deadpool, no entanto, consegue ler os seus pensamentos escritos no ecrã, ler as bandas desenhadas do Homem-Aranha ou questionar a legalidade do Homem-Porco para referir “That’s all folks!”.

Por fim, resta mencionar as fantásticas personagens do filme, de realçar Miles e a sua família, Peter Parker e Gwen Stacy. O desenvolvimento pessoal de cada um é fascinante e existe uma química natural entre todos. Homem-Aranha: No Universo Aranha é executado de um modo altamente criativo e inovador, tornando-se numa das melhores experiências audiovisuais do ano.

  • Homem-Aranha: No Universo Aranha estreia a 13 de dezembro de 2018 nos cinemas

9/10

Tiago Ferreira

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