Crítica BD: Alix Senator Vol. 7 – O Poder e a Eternidade
Alix Senator Vol. 7 – O Poder e a Eternidade faz com que esta série da Gradiva, em português, tenha uma incrível sequência de lançamentos em menos de ano e meio.
Alix Senator, começou como uma história engraçada, quase inconsequente. As duas primeiras narrativas apresentavam-se movimentadas e interessantes, com uma arte detalhada e visualmente agradável.
Alix Senator Vol. 7 – O Poder e a Eternidade
Mas as aventuras, apesar de apresentarem casos de investigação criminal eram relativamente simplistas e ainda desenvolviam pouco as personagens principais. A série, tem, no entanto, tido uma evolução bastante positiva, com acontecimentos negros e algumas reviravoltas – se os protagonistas já estavam em apuros, aqui no volume 7 a situação agrava-se e toma proporções extremas.
As intrigas e planos cruéis continuam, com Alix e Khephren enclausurados por conta de esquemas relacionados com a estátua de Cibele e os poderes mágicos que esta pode conceder ao seu eleito – as missões que vão vivendo vão tendo impacto pessoal, com elevados custos a vários níveis.
Prosseguimos com rancores e ilusões acrescidas, sendo que as personagens trilham os seus próprios discursos, dissociando-se do passado. Mas enquanto uma das personagens se afunda em esperanças vãs, a outra parece ascender lentamente.
A nível visual
Alix Senator continua a apresentar-se atraente, com desenhos luminosos e bastante coloridos, onde se destacam os detalhes das vestes e dos edifícios. Este volume explora paisagens mais subterrâneas e sombrias, com mestria. Diria que visualmente, existem alguns detalhes que poderiam ser mais expressivos e naturais, algumas das posturas corporais são rígidas.
Nos temas principais desta nova entrada achamos, traições, mesmo daqueles que nos são próximos ou familiares, fanatismo religioso, jogos palacianos, sonhos de autonomia ou independência e um completo desprezo pela vida humana, preenchem página após página, num relato frio e impiedoso.
Neste contexto, soam tristemente as irónicas palavras com que Kephren a certa altura brinda Alix:
Tu és um herói. Sobrevives a todas as aventuras, toda a gente sabe. Tiveste sempre tanta sorte!
Vale a pena continuar a seguir o percurso deste Alix, agora mais velho e mais maduro e assistir também ao crescimento do seu filho Tito, que vai ganhando cada vez mais protagonismo na série.
Como bem comenta a linguagem popular: A maçã não cai longe da árvore.
Valerie Mangin, é latinista e historiadora. Combinando Antiguidade e Ficção Científica, escreve as séries “O Flagelo dos Deuses”, em 2003, em 2012, lançou “Alix Senator”.
Thierry Démarez, um apaixonado pelo desenho e pela pintura, aprofundou a sua formação artística e tornou-se cenógrafo da companhia de teatro da Comédie Française. Desenhou o seu primeiro álbum em 2002. Em 2012, inicia a série “Alix Senator”.
Autores: Valerie Mangin
Ilustração: Thierry Démarez
Género: Banda desenhada, História
Editora: Gradiva
Argumento: 8
Arte: 7
Legendagem: 7
Veredito final: 8
Atriz e professora. Da marginalidade à pureza gosto de sentir tudo. Alcanço o clímax na escrita. Sacio-me com a catarse no teatro. Adiciona-se uma consola, um lightsaber, eye makeup quanto baste e estou pronta a servir.*De fundo ouve-se Fix of Rock’n’Roll, de The Legendary Tigerman*