Curtas de Vila do Conde

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Cinema: Crítica – Homem-Aranha: Sem Volta a Casa

O Homem-Aranha regressa ao cinema para o seu maior e mais perigoso desafio!

Após a sua vitória contra Mysterio, o super-vilão deixou Peter Parker com uma prenda de despedida: todo o mundo agora sabe a identidade do Homem-Aranha e, para o jovem Peter que finalmente encontrara amor e estabilidade, isto significa que não haverá descanso durante os próximos tempos.

Um feitiço do Doutor Estranho, que iria salvar Peter desta confusão, acaba por não resultar, mas o estrago está feito. Subitamente, fantasmas do passado de outros Homens-Aranha pelo Multiverso fora convergem no mundo de Peter Parker e ameaçam vingança. Cabe ao Homem-Aranha salvar o mundo mais uma vez, custe o que custar.

Dizer que este é o filme mais aguardado do ano é pouco, estamos à espera de Sem Volta a Casa desde Longe de Casa há dois anos e meio. Com isso em mente, sente-se alguma pressa no filme, não só no ritmo mas na execução.

Em Homem-Aranha: Sem Volta a Casa, (Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, Brasil) somos confrontados com um complicado enredo, uma mão cheia de antagonistas com diferentes motivações e historiais. Por um lado, serve para percebermos a pressão e responsabilidade que cai sobre os ombros de Peter, mas é o suficiente para alienar aqueles que não tenham visto as sagas que originaram os antagonistas que ele defronta nesta longa-metragem.

Claro, podemos apontar “negligência pop-cultural” a quem não tenha memória da trilogia de Sam Raimi, e ainda fomos alguns a gostar d’O Fantástico Homem-Aranha(por muito rebuscado que o segundo filme tenha sido), mas não deixam de ser quase 16 horas de leitura (ou visualização neste caso) obrigatória para poder aproveitar o filme ao máximo.

Não funcionava com qualquer filme, mas a Marvel Studios, perdoem-me o latim, tem-os no sítio. Provaram com Os Vingadores, principalmente com Guerra do Infinito e Endgame que os seus fãs são fieis e dedicados e que, se fizerem dos seus filmes eventos, o público colaborará de bom grado. Mais a mais, o Homem-Aranha é um dos, senão o mais celebrado super-herói de todos os tempos. Se alguém merece o investimento de um dia inteiro de filmes anteriores para ver o novo capítulo, é ele.

Mas com essa visita ao passado, algumas das suas falhas tornam-se mais flagrantes. Os tentáculos de Octavius não são da missa sequer metade, O Lagarto e o Homem-Areia, figuras icónicas pela mestria tecnológica que necessitaram na sua transição para o cinema, e pelo quão bonitas ficaram nos respectivos produtos finais, pecam pela falta de investimento neste filme.

O Homem-Areia parece mais granulado e, por conseguinte, menos real do que em Homem-Aranha 3, quase 15 anos depois, e o Lagarto parece está mais próximo de um modelo para videojogo, do que para filme, especialmente para quem se lembrar melhor da verdadeira magia computorizada que o criou em 2012.

Com isso em mente, o filme não peca muito mais. A velocidade de produção, e principalmente pós-produção, cada vez mais afeta o produto final, e o filme só peca por isso. Sim, só por isso, tudo o resto está Fantástico, Espetacular, Espantoso!

Tom Holland nunca interpretou o papel tão bem, e isto é dito de um fã das suas aventuras no grande ecrã. Zendaya, Batalon e Tomei atingem o seu auge na franquia, enquanto que Cumberbatch regressa com mais uma actuação de qualidade, Dafoe, Foxx e Molina voltam aos seus icónicos papeis sem nos dar tempo de recuperar o fôlego, com tanto carisma que parece até que nunca saíram da rodagem dos seus confrontos anteriores com o Aranhiço.

E as setpieces

As sequências de acção, os momentos “wow”, até os sorrisos ao público, cada um valia um bilhete na integra, pelo menos para mim.

É o meu super-herói favorito, nunca escondi isso, visto-o ao peito com uma felicidade imensa. Lembro-me de visitar Tobey Maguire ao cinema, numa das primeiras vezes que fui a uma destas instituições com o meu avô, que amor pela arte me deu. Lembro-me da minha primeira coleção de BD, 40 volumes de Ultimate Spider-Man que saiam no nosso Português todas as semanas.

Até esta aventura com o Central Comics remonta a uma fria noite em Castelo Branco quando um tal de Hugo Jesus, na altura com banca num evento que organizava com os meus amigos, me falou sobre a run da altura, na qual Otto Octavius habitava o corpo de Peter Parker, prometendo ser um Homem-Aranha Superior.

Sou um pouco como J. Jonah Jameson nesse aspecto –  é me fácil impingir tudo ao Homem-Aranha, mas não me deixo levar pelas dividas que tenho para com ele nesta crítica.

Deviam ir ver, caros leitores. Se gostam do Homem-Aranha, do que ele nos deu até agora, se alguma vez gostaram das suas aventuras pelo cinema, vão, não se vão arrepender.

Nota Final: 10/10

-Henrique V.Correia

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