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Cinema: Crítica – Faminto (2021)

Um estudante, uma professora e um xerife terão de enfrentar os seus passados traumatizantes para salvarem a cidade de Oregon. Faminto (Espiritos Obscuros, no Brasil) já nos cinemas.

Na pequena cidade de Oregon, o estudante, Lucas (Jeremy T. Thomas), apresenta sintomas de maus tratos familiares. A sua professora, Julia (Keri Russel) tentará descobrir com a ajuda do seu irmão xerife (Jesse Plemons) a origem dos estado emocional e físico de Lucas. 

A premissa dirige-nos imediatamente para um encontro paranormal. Lucas espera num jipe enquanto o seu pai e um colega vão a  uma mina e descobrem um ser sombrio e altamente violento. Por consequência, o jovem Lucas começa a piorar a sua situação psicológica e a demonstrar nuances cada vez piores de algo que o atormenta. Em paralelo, o xerife vai descobrindo cada vez mais cadáveres  na floresta numa cidade em que supostamente a paz era constante.

Apesar desta abertura bastante genérica dentro do género, os atores que interpretam o protagonista Lucas, a professora e o xerife conseguem transmitir a atmosfera pretendida. As três personagens possuem um passado sombrio que vão revelando ao longo deste drama onde apesar do fator sobrenatural e misterioso estar presente, apresenta-nos também problemas recorrentes familiares do mundo real, entre os quais negligência, violência física e sexual. 

Contudo, estes detalhes do passado dos adultos são oferecidos, na sua maioria, de um modo abstrato, mas conseguem ser suficientemente impactantes para o espetador realizar a sua própria interpretação. Por outro lado, o jovem Lucas tem uma maior essência sobrenatural e maior ligação à origem sangrenta do enredo.

Com isto, o espectador acaba por saber mais do que os próprios “detectives”, tanto pela descrição da narrativa, como pela previsibilidade da mesma. É visível ao longe a forma como cada cena se irá desenrolar, seja nos seus jump-scares, nos actos de cada personagem ao entrarem em locais em que algo violento tem uma probabilidade enorme de ocorrer, nas reviravoltas familiares ou do próprio final do filme. 

Em suma, Faminto contém um elenco forte capaz de nos prender às personagens, mas que são desperdiçadas devido à falta de originalidade das suas acções e enorme previsibilidade das mesmas. Infelizmente, o que a torna mais fascinante é o futuro destas personagens e não o início da história pela qual nos aventuramos.

Classificação: 4/10 

  • Faminto estreou a 11 de novembro nos cinemas.

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