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Cinema: Crítica – Creed II

Começa o segundo assalto para Adonis Creed, mas irá ele derrotar o legado de morte que o persegue?

Após um fantástico primeiro capitulo, chega-nos agora a continuação da história de Adonis “Creed” Johnson (Michael B.Jordon) filho ilegítimo de Apollo Creed (Carl Weathers, presente apenas em flashbacks) morto às mãos de Ivan Drago (Dolph Lundgren) no seu último combate.

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No primeiro filme vemos o seu esforço por fugir à sombra do seu pai, o seu treino com Rocky Balboa (Sylvester Stalone) e finalmente ambos fazem justiça ao nome e ao legado de Creed. Sim, o Creed original era “paint-by-numbers”, a fórmula evidente e testada. E sim, quando surgiram as primeiras informações sobre este segundo filme, tudo apontava para mais do mesmo, simples mas bem executado.

Continua então a história com a subida de Adonis ao trono do pugilismo, mas com a ressurgência do seu nome, Ivan e Viktor Drago (Florian Munteanu) veem uma hipótese de redenção: Ao derrotar Creed, os Drago voltarão a ser aceites e louvados pelo seu povo. Dita também a regra que, no primeiro combate, Adonis perde por arrogância, mas no final, após uma montagem de treino com música boa e meios incomuns, ele derrota o seu adversário – já vimos isto em todo o lado e é reutilizado porque funciona e bem.

O que não contava era um extenso sub-enredo sobre a depressão de Adonis, muito menos quando este decide focar-se na sua primeira experiência como pai. Note-se que não tenho nada contra a filha de Adonis, nem contra a relação dele com Bianca (Tessa Thompson), no entanto abomino a execução.

Num filme sobre combates, quando queríamos ter setup bom para uma montagem de treino, temos antes uma prolongada estadia no hospital, seguida de um regresso ao hospital para fisioterapia, mais um regresso para um parto e depois um bocado de babysitting. Sim, muita coisa acontece no filme, mas se soubesse que ia ficar uma hora no hospital tinha trazido uma revista, ou aproveitava e punha as vacinas em dia.

Cortando todas essas adversidades mal pensadas, tínhamos aqui um filme excelente. A tensão entre Rocky e Adonis poderia e deveria ter sido logo ultrapassada. O nascimento de Amara Creed, e o cuidar dela, poderiam ter sido bons complementos às motivações. Imagino uma sequência de treino que misturasse o mesmo com as últimas sessões de fisioterapia e os momentos de calma com a recém-nascida Amara. Num mundo ideal conseguíamos ainda assim preservar uma das melhores cenas de Michael B. Jordan, algures pelo meio do filme, em que ele treina junto à filha. Mas com toda essa “palha” já vista, fica só a faltar a análise do bom, e, apesar de tudo, este filme tem muito disso à mistura.
A relação de Adonis e Bianca, Adonis e Rocky, Rocky e Robert, Rocky e Drago, Drago e Viktor… até a falta de relação entre Viktor e Adonis, solidificando ambos pelo filme fora como representantes, não dos próprios interesses, mas dos respetivos legados… há muito que se diga sobre os actores e o guião.

Parecendo que nem todas as personagens têm um propósito muito forte e presente, não me admirava ver daqui por uns anos um “Drago” no cinema. Aliás, até é de estranhar se não estiver já planeado.

Todas estas interpretações são apoiadas pela cinematografia de Steven Caple Jr., realizador em estreia, sendo Creed II o seu primeiro blockbuster. Os planos dão-nos a grandeza dos ringues, a frieza dos ataques, a calma melancólica dos momentos mais parados, os planos que se elevam são autenticas obras, e os restantes não lhes ficam muito atrás. Temos ainda não uma mas duas excelentes montagens de treino, e três magníficos combates executados com toda a mestria e honestidade a que Rocky nos habituou.

Creed II sofre única e exclusivamente pela pausa entre combates, e embora estabeleça os parâmetros e consequências, acredito que podia ter feito mais em menos tempo. Há aqui um grande filme, mas a telenovela intermitente distância-nos de Adonis e quase anula a sua evolução no primeiro capítulo, uma pena.

7/10

Henrique V.Correia

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