Cinema: Crítica – Beatriz e Romeu (2018)
Beatriz e Romeu já chegou aos cinemas, mas será mais um desenho animado dispensável ou merecedor de atenção?
Romeu, um jovem ator e filho de um poeta sonha tornar-se cavaleiro. Ao conhecer Beatriz, filha do rei, surge uma paixão mútua apesar de nenhum dos dois sabe a verdadeira identidade de cada um. Todavia, Beatriz é raptada pelo terrível feiticeiro Chernomor que deseja usar a magia negra e transformar a magia dos contos de fadas.
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O que há a dizer acerca de Beatriz e Romeu? É um filme que está claramente direcionado a um público-alvo bastante infantil, no entanto, não se significa que pode escapar às respetivas análises técnicas. O enredo é focado principalmente na personagem masculina, Romeu, cujo tem um desenvolvimento superior à sua amada. Beatriz só surge como a princesa que quer escapar ao casamento combinado pelo pai, à jovem que se apaixona e, por fim, quem é salva, tendo ainda um mini plot-twist final que tenta contrariar os clichés de géneros. No entanto, isto não significa que ela seja menos interessante. A dobragem de Beatriz está bastante superior à de Romeu e nota-se o contraste profissional entre ambos os atores. Romeu possui uma voz pouco carismática e cativante, para não mencionar que nas cenas de ação não possui qualquer tipo de emoção credível. Contudo, o restante elenco são capazes de brilhar e aumentar a qualidade do fraco argumento do filme.
A cena em que se apaixonam é bastante rápida e não permite que esta relação seja verossímil. Beatriz está em apuros, Romeu salva-a e inicia-se uma cena ao som de uma música comercial deles a viajarem e divertirem-se durante uma noite na cidade até que esta é raptada e Romeu promete salvar o seu “grande” amor. É uma história que tenta ter a sua mensagem romântica e de busca pelos nossos sonhos, mas criada de um modo demasiado rápido e reciclável.
Um ponto positivo, mas altamente negativa, é a sua animação que contém imagens belíssimas, mas re-usa personagens criadas pelos maiores estúdios de animação. É impossível a um seguidor deste género não notar as semelhanças entre Beatriz e Anna (Frozen), a gruta do feitiçeiro Chernomor e Jaffar, o dragão de Shrek, o Pai de Merida (Brave), o cavalo de Entrelaçados, enfim são várias as “cópias” existentes no filme. No entanto, chegam a surgir algumas referências originais e inesperadas como a Kill Bill, mas dispensáveis num filme para um público-alvo muito infantil.
Beatriz e Romeu contém uma história que será cativante para os mais novos mas num formato altamente comercial e reciclado.
- Beatriz e Romeu estreou a 18 de outubro 2018 nos cinemas.
3/10
Tiago Ferreira
Sempre à espera de mais recomendações com esperança que a sua watchlist nunca acabe.
Operador de Câmara & AC Profissional.