Cineastas portuguesas na Netflix
No Verão passado a Academia Portuguesa de Cinema e a Netflix anunciaram uma iniciativa com a intenção de divulgar a visibilidade do trabalho feminino no audiovisual nacional e assim contribuir para colmatar as disparidades de género no setor em Portugal, promovendo-se o trabalho de guionistas, produtoras e realizadoras portuguesas.
A vice-presidente da Academia Portuguesa de Cinema, Carla Chambel, disse “Numa época em que o movimento feminista tem, finalmente, ocupado espaço nas mais diversas áreas da sociedade, é um orgulho podermos dar este passo com a Netflix, no sentido de valorizar o trabalho das realizadoras e cineastas portuguesas. Esta iniciativa permitirá não só conhecermos as obras e as suas criadoras, mas também dar visibilidade a diversas perspectivas do mundo e do país, através do seu talento.”
“Com iniciativas como o Fundo Netflix para a Criatividade Inclusiva, temos vindo a trabalhar globalmente no sentido de aumentar a representatividade das mulheres no sector audiovisual e do cinema. Queremos ajudar a criar cada vez mais oportunidades para dar protagonismo ao talento e ao trabalho de criadoras em todo o mundo, e esta iniciativa que lançamos lado a lado com a Academia Portuguesa de Cinema enquadra-se muito bem neste objetivo”, foi destacado por Isadora Laban, Gestora de Conteúdos da Netflix Portugal e Espanha.
Hoje, a Academia Portuguesa de Cinema e a Netflix anunciaram as 5 longas-metragens e as 11 cineastas selecionadas que estiveram diretamente envolvidas em longas-metragens portuguesas de ficção e/ou documentário.
Os filmes selecionados e as cineastas associadas a cada um deles são:
• “A Metamorfose dos Pássaros”, com Catarina Vasconcelos na realização e Joana Gusmão na produção;
• “Soa”, com Raquel Castro na realização e argumento e Isabel Machado, Joana Ferreira e Sara Serra Simões na produção;
• “Mar”, com Margarida Gil na realização e argumento e Rita Benis como coargumentista;
• “Simon Chama”, com Marta Sousa Ribeiro na realização e Joana Peralta na produção;
• “Desterro”, com realização de Maria Clara Escobar.
O comité de seleção foi constituído por Carla Chambel, actriz, formadora e vice-presidente da Academia; Fátima Ribeiro, guionista, professora e realizadora; Isadora Laban, Gestora de Conteúdos da Netflix Portugal e Espanha; Maria João Seixas, produtora e jornalista cultural; Tota Alves, guionista e realizadora.
Com um total de 31 candidaturas apresentadas, referentes a longas-metragens finalizadas entre 2019 e 2020, a Academia Portuguesa de Cinema e a Netflix concluem que “as expetativas foram superadas e que este é apenas um primeiro passo no caminho de uma maior representatividade e igualdade de oportunidades de mulheres no sector do cinema e audiovisual em Portugal“.
A estreia das cinco longas-metragens na Netflix está prevista para 2022, em data a anunciar. As cineastas de cada um dos filmes seleccionados receberão ainda uma dotação monetária no valor de 15 000 euros.
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.