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BD Análise: Dylan Dog – Picada Mortal

“Picada Mortal” é o livro mais recente de Dylan Dog, pertencente à colecção Aleph que A Seita tem vindo a lançar. Leiam aqui a análise.

“Em Southeaven, pequena cidade da província, chamam-lhe River Man, porque este assassino psicopata prefere os cursos de água para matar as suas vítimas, todas prostitutas. Tiffany, uma drogada, também ela uma prostituta, viveu em adolescente uma intensa paixão com Dylan Dog.

DYLAN DOG vol. 7: PICADA MORTAL

Ao procurar um livro no estúdio, o detective do pesadelo encontra uma noz muito particular, e decide tentar reencontrar a sua amiga, depois de tantos anos de ausência, acabando por investigar a morte das mulheres e mergulhar nas memórias distantes de um passado comovente.

Inspirado no romance de Tiffany McDaniel On the savage side, Picada Mortal é a história de uma família disfuncional onde o bem e o mal se encontram entrelaçados de maneira indistinguível, uma combinação complexa que se irá repercutir ao longo dos anos, da infância até à idade adulta.

À semelhança de O Imenso Adeus (já publicado pela Seita), a narrativa situa-se no passado e no íntimo de Dylan Dog, e desenvolve-se num contexto social dramático onde o protagonista é um vislumbre de humanidade num meio do desespero e cinismo. Uma história sensível e apaixonante pelas suas implicações sociais e pessoais.”

DYLAN DOG vol. 7: PICADA MORTAL

Dylan Dog

Da editora italiana Bonelli confesso que Dylan Dog, apesar de ser um excelente personagem, não é dos meus favoritos. Gosto muito mais de Dragonero, Dampyr, Julia, Nathan Never ou Morgan Lost. No entanto Dylan Dog é dos mais acarinhados e tem sido muito bem tratado a nível argumentativo e gráfico com autores exímios no traço com muito nível no preto e branco, fazendo das suas histórias verdadeiras pérolas preciosas.

A história

O título mais recente é este Picada Mortal com argumento de Alberto Ostini e desenho de Francesco Ripoli. Apesar destes dois não serem tão conhecidos, a qualidade intrínseca a esta editora italiana não desvaneceu de todo. Ostini é muito competente e consegue inovar um pouco deixando a sua marca, e Ripoli domina perfeitamente o branco e negro, o jogo de luzes, tons de cinza e seus degrades, panorâmicas e” closes “, traço detalhado, mas um pouco rígido que talvez seja para acentuar o seu toque pessoal.

O autor ainda consegue variar o seu estilo de desenho aquando dos flashbacks presentes na história o que demonstra o seu virtuosismo e adaptabilidade.

Sem querer desvendar muito sobre a história para não estragar a leitura de quem gosta de um bom mistério e crime, o facto de Tiffany, a tal antiga paixão de Dylan aparecer a narrar uma parte da história em modo fantasma aguça a curiosidade do seu destino. O ponto alto é mesmo um final inesperado que acaba por chocar o leitor e trazer uma originalidade a esta obra, que a meu ver necessitava de mais páginas para ser contada com mais rigor e delicadeza.

DYLAN DOG vol. 7: PICADA MORTAL

A edição d´ASEITA

apresenta uma capa dura baça que vai de encontro às edições anteriores desta série com o desenho exclusivo de Corrado Roi, uma boa encadernação e impressão com papel adequado ao teor a preto e branco. Revela ainda como extra, 4 páginas com esboços de Ripoli e estudos para a obra.

Houve um hiato de um ano nesta colecção mas a editora demonstrou o apreço que tem pelo personagem lançando este 7º episódio a solo (serão 9 se contarmos o volume duplo com a personagem Dampyr) e mostrando que gosta mesmo da criação de Tiziano Sclavi e de cumprir as suas publicações com o seu cunho pessoal de qualidade.

Infelizmente, o preço volta a aumentar pelos motivos que já todos conhecemos, mas que começa a pesar para as editoras e para as carteiras dos leitores. Não sendo este propriamente um livro caro, este tema começa a ser frequentemente abordado em todos os livros e edições em geral.

Estamos num período excelente de oferta de banda desenhada em Portugal, mas os preços elevados já fazem muita mossa nos orçamentos, pelo que há séries e livros que pagam caro essa factura a curto e médio prazo. É a realidade e não parece muito provável contornar-se a situação a não ser fazer mais escolhas criteriosas nas compras por parte dos clientes e no que vale a pena editar por parte das editoras.

Boas leituras.

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